O Banco do Brasil irá alongar em um ano a dívida dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, diante dos problemas enfrentados pelo agronegócio no Estado. A medida foi anunciada por Caio Neves, superintendente regional do Banco no Estado, e deve beneficiar cerca de mil produtores rurais cujas atividades são voltadas à bovinocultura de corte e de leite, avicultura e mandiocultura.

Para ter acesso ao alongamento da dívida, os agropecuariastas devem procurar as agências entre os dias 2 de maio (próxima terça-feira) e 31 de julho. Cada caso será analisado isoladamente. “Os produtores terão de provar que não conseguem pagar a parcela que vence neste ano, mas, que no final do contrato terão condições para quitar o valor”, explicou Neves. Basicamente, a prestação a ser paga neste ano será “lançada” no ano posterior ao vencimento do contrato de financiamento.

O superintendente explicou ainda que a medida foi possível ser adotada no Estado devido ao baixo valor dos financiamentos. Conforme adiantou Caio Neves, o prorrogamento das dívidas abrange um total de R$ 350 milhões. Para o diretor da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar da Silva Júnior, “os produtores tinham dúvidas quanto ao destino das dívidas, agora creio que tudo foi muito bem esclarecido”.

Os problemas relacionados à atividade rural no Estado acompanham tanto as dificuldades em caráter nacional (como a desvalorização do dólar, que causou prejuízos com a diferença entre valores com a aquisição de insumos e o pago pelo produto final, e a gripe aviária, que afastou compradores de aves e abalou a cadeia produtiva do setor) como regional (relacionados aos problemas com a febre aftosa, em novembro de 2005, e a estiagem no início do ano).