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Base monetária diminuiu 2,9% em março, informa BC

Stenio Ribeiro/ABr - 26 de abril de 2004 - 14:36

A base monetária (emissão primária de moeda) alcançou R$ 66,759 bilhões no mês de março, considerando-se o critério de média dos saldos diários, com redução de 2,9% em relação aos R$ 68,766 bilhões contabilizados em fevereiro e de 3,7% no acumulado dos últimos doze meses. A variação, no mês, foi resultado das retrações de 3,4% no saldo de papel-moeda, que soma R$ 45,485 bilhões, e de 2% nas reservas bancárias, no total de R$ 21,274 bilhões.

Os números constam do relatório mensal de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, as operações do Tesouro Nacional tiveram impacto contracionista de R$ 5,436 bilhões, e o conjunto das operações com o sistema financeiro, derivativos e exigibilidade sobre depósitos compulsórios também foi R$ 1,752 bilhão menor.

As operações com títulos públicos federais no mês, incluindo a atuação do BC para ajustar a liquidez do mercado monetário, resultaram, ainda, em redução de R$ 260 milhões. O Tesouro fez colocações líquidas de R$ 14,2 bilhões em títulos no mercado primário, contra resgates de R$ 3,2 bilhões em títulos do BC, enquanto, no mercado secundário, o resultado das operações gerou expansão de R$ 10,8 bilhões.

De acordo com o economista do BC, houve, em março, uma movimentação crescente nas operações de crédito do sistema financeiro, que somaram R$ 416,681 bilhões, com aumento de 1,1% na comparação com fevereiro, o que eleva para 9,5% a expansão ocorrida nos últimos doze meses, com ênfase para os financiamentos a pessoas físicas, serviços e indústria.

O documento revela que "a demanda de recursos por parte das famílias continua influenciada pela contratação de crédito pessoal", com destaque para o crescimento dos empréstimos consignados em folha de pagamento, em razão da concentração de compromissos financeiros nos primeiros meses do ano. Tanto assim que os financiamentos pessoais somaram R$ 94,051 bilhões, com aumento de 2,6% no mês, ao passo que a carteira de pessoas jurídicas cresceu apenas 1,1%, com estoque de R$ 138,941 bilhões.

Os financiamentos concedidos pelo sistema financeiro público somaram R$ 168,4 bilhões, o que reflete crescimento mensal de 1,3%, enquanto as instituições financeiras privadas participaram com R$ 248,3 bilhões e aumento de 0,9% sobre as operações do mês anterior. Do total, R$ 157,9 bilhões foram de recursos direcionados, com destaque para os setores rural (R$ 45,648 bilhões) e de habitação (R$ 23,030 bilhões), além de desembolsos próprios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No mês foram registradas pequenas reduções nos custos dos juros, tanto para pessoas físicas quanto para empresas, embora as operações com recursos livres tenham sofrido majoração de 0,2 ponto percentual, atingindo taxa de 45,3% ao ano. Mas, Altamir Lopes destacou que "existe uma tendência de queda continuada". A média cobrada no crédito pessoal manteve-se estável (desceu de 76,6% para 76,5%); caiu de 142,9% para 142% no cheque especial e recuou de 35,7% para 35,1% na aquisição de bens.

As empresas pagaram em média 41,6% para o desconto de duplicatas (era 43,3% em fevereiro), 52,4% no desconto de promissórias (era 54,7%) e 36,1% no capital de giro, contra 37,9% no mês anterior. Não se registrou, porém, nenhuma redução sobre os custos bancários na diferença entre captação e aplicação: o chamado "spread", que permaneceu em 48,6% para pessoas físicas e 14,4% para pessoas jurídicas.

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