Em reunião na manhã de hoje, os líderes da base governista decidiram apresentar uma representação na Corregedoria da Câmara contra o presidente Severino Cavalcanti. A intenção dos partidos aliados é aprofundar as investigações sobre a denúncia do suposto pagamento de propina pelo empresário Sebastião Augusto Buani ao presidente, para renovar a concessão do restaurante do 10º andar do anexo 4. Severino nega as denúncias de Buani e garante que a suposta autorização para prorrogar a concessão dos restaurantes até 2005 é uma fraude.
A oposição já está preparando outra representação contra o presidente da Câmara, que será encaminhada diretamente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Porém, o governo alega que a Corregedoria seria um fórum mais adequado para avaliar o caso. De acordo com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), os partidos da base governista não vão assinar a representação da oposição porque entendem que a Corregedoria dá mais chances ao presidente de se defender. "Nós não somos favoráveis a um julgamento sumário. Somos favoráveis ao contraditório e ao direito de defesa."

Partidos
A representação da base governista será encaminhada pelo PT, PMDB, PP, PL e PCdoB. O líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), ainda vai submeter a decisão à bancada do partido. Ele adiantou, no entanto, que a tendência do PSB é ir com a oposição e apoiar a representação direta ao Conselho de Ética.
"A tendência, pela situação política do presidente Severino, é o PSB assinar a representação. Naturalmente, essa não é uma decisão do líder. Nós vamos reunir a bancada e aprofundar a discussão", disse Casagrande. "Há parlamentares questionando a ausência de uma prova material para fazer uma representação direta ao Conselho de Ética. Então, o PSB fará essa avaliação detalhada, considerando a situação política do presidente Severino, mas também as provas e os depoimentos feitos até agora."
Em defesa de Severino Cavalcanti, o líder do PP, José Janene (PR), disse que a legenda vai entrar com representação contra os deputados que acusaram o presidente sem provas, caso seja comprovada a falsidade do documento que prorrogava a concessão do restaurante do anexo 4 da Câmara.