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Bandidos assaltam motorista e carregam veículo com droga

Nadyenka Castro/Campo Grande News - 11 de setembro de 2008 - 11:49

“É um medo, uma angústia, a gente se sente mal com isso”, conta o motorista de 24 anos, que diz ter sentido muito medo ao ficar por pelo menos duas horas refém de bandidos na noite desta quarta-feira na região de Guia Lopes da Laguna, a 221 quilômetros de Campo Grande.

Ele, que preferiu não se identificar, foi rendido por bandidos e teve o caminhão que conduzia carregado com maconha, mas conseguiu escapar e acionar a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Os ladrões foram pegos e a droga apreendida, quase duas toneladas, na previsão dos policiais. No entanto, nenhum suspeito foi preso.

O motorista foi abordado por um homem armado quando seguia no sentido Maracaju, ainda na rodovia, a cerca de 60 Km/h, por volta de 18h. “A caminhonete me fechou e ele [o bandido] na janela com uma arma grande mandou eu parar”.

Ele diz que não conseguiu visualizar quantas pessoas havia na caminhonete cabine dupla, que também não identificou o modelo, por conta do insul-film.

Segundo a vítima, o bandido ficou no estrivo do caminhão e o mandou entrar em uma fazenda, perto da rodovia. No local, teve que manobrar o veículo, deixando-o pronto para sair à pista.

O bandido que o rendeu o mandou sair do caminhão, mas deixa-lo ligado com os faróis acesos. O motorista ficou na frente do veículo, sob a mira de arma. Neste período, que não se recorda quanto tempo durou, ouviu poucas coisas.

“Foi muito rápido e não dava para ver o que acontecia. Só ouvia eles dizerem anda, anda, e psiu, não falavam fica quieto”.O motorista também ouvia barulhos na carroceria do caminhão. “Não sabia se eles estavam roubando minha carga ou colocando alguma coisa”.

Em um determinado momento passou pelo local uma caminhonete com os faróis acesos e então o bandido mandou que ele saísse com o caminhão e que seria seguido. “Não sabia nem se tinham fechado a carroceria. Eu corri, quase caí e saí. Vi que o cara estava no chão”.

Ele então seguiu para a rodovia e percebeu que era seguido por um veículo Bora, de cor prata. Mesmo assim, ele arriscou. “Vi um restaurante cheio de carreteiro. Entrei com tudo e até quase capotei o caminhão”, relata o motorista, que muito nervoso conseguiu contar aos colegas o que havia ocorrido e acionar a PRF.


O motorista tem consciência do risco de morte que correu ao “reagir”. “Foram dois minutos de bobeira deles e 50 meu. Eu podia ter morrido”, diz ele, que pretende não mais viajar por Mato Grosso do Sul. “Não quero vim pra cá nunca mais”. Os suspeitos fugiram.

A PRF já havia sido acionada, antes de receber a ligação do motorista. A denúncia dizia de uma movimentação estranha em uma fazenda. Ao chegar ao restaurante, a vítima contou o que havia acontecido e então os policiais encontraram maconha no carroceria.

A droga estava embalada em sacos e também em embalagens para “presente” em meio a carga de carne que o trabalhador pegou em Guia Lopes para levar para a capital paulista.

Como desconfiaram da quantidade, foram até o local onde houve o carregamento e apreenderam mais sacos de maconha.

Esta era a primeira vez que o motorista, que é de Presidente Prudente, São Paulo, vinha a trabalho em Mato Grosso do Sul. Ele estava de férias da empresa de turismo onde trabalha como motorista de ônibus e resolveu “fazer um bico” na transportadora de carne.

O motorista já tinha vindo ao Estado junto com um primo, que também trabalha com transporte rodoviário. “Meu primo trabalha há 10 anos com isso e nunca aconteceu nada com ele”.

Ele disse que recebeu apoio dos outros caminhoneiros e também da PRF. “Tenho só que agradecer a eles”.

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