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Geral

Bancos começam a receber as propostas de financiamentos

Ricardo Schmitt - 05 de julho de 2008 - 08:13

Em entrevista nesta sexta-feira (4) ao Programa Bom Dia Ministro, transmitido em cadeia nacional de rádio pela Empresa Brasil de Comunicação, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, informou que os agricultores e agricultoras familiares já podem procurar os bancos para apresentar suas propostas de financiamento pelo Plano Safra Mais Alimentos. Com uma linha de crédito de até R$ 100 mil, pagamento até 10 anos e juros de 2% ao ano, o Mais Alimentos engloba R$ 6 bilhões neste ano-safra 2008/2009. Esse recurso está incluído nos R$ 13 bilhões anunciados nesta quinta-feira (3) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para o Plano Safra da Agricultura Familiar.

“Os bancos já estão orientados a fazer as operações com os agricultores familiares”, afirmou o ministro. “A meta é, em três anos, aumentar a produção de alimentos pela agricultura familiar em 18 milhões de toneladas/ano no País. Isso significa dois meses e meio de abastecimento de toda a população brasileira”. Os principais focos do Mais Alimentos são o leite, milho, suínos, arroz, mandioca, trigo, café, frutas, feijão, cebola e soja, além da criação de aves. Esses são itens nos quais a produtividade pode ser rapidamente ampliada, segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Durante a entrevista, o ministro esclareceu dúvidas de jornalistas de todo o País sobre as formas de implementação do Mais Alimentos. Explicou, por exemplo, que a ação foi elaborada para possibilitar melhor produção e produtividade na agricultura familiar, mas sem riscos de endividamento pelo produtor. “O financiamento poderá ser pago em dinheiro ou com a própria produção”, enfatizou Cassel.

O Mais Alimentos também estimula a disseminação de tecnologia e conhecimento nas propriedades familiares. Há descontos de até 17,5% para a compra de tratores e outros implementos agrícolas. Na assistência técnica, a projeção é que o número de técnicos aumente dos atuais 20 mil para 30 mil até 2010. A medida também prevê incentivos para a comercialização e armazenagem dos alimentos.

Crise de preços dos alimentos

O ministro explicou que a implementação do Plano Safra da Agricultura Familiar está amparada numa estreita relação com as instituições bancárias para que o atendimento ao agricultor familiar ocorra de forma ágil. “Queremos colocar os R$ 13 bilhões no mercado para produzir mais e mais. O coração desse Plano é ajudar toda a sociedade brasileira a enfrentar essa crise do preço dos alimentos que assola todo o mundo”, disse.

Ele lembrou que, segundo analistas internacionais, a atual crise deve se prolongar por mais cinco ou dez anos, mas que o Brasil vive uma situação confortável em relação a outros países. “De acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), a cesta básica aumentou 83% no restante do mundo, enquanto no Brasil subiu 25%. Isso ocorreu porque a agricultura familiar aqui é forte e produz cerca de 70% do que comenos no dia-a-dia, pois produz objetivamente para o mercado interno”, informou.

Para o ministro, o Mais Alimentos é um esforço do Governo Federal em produzir mais para evitar que a crise do preço dos alimentos prejudique a população de mais baixa renda. “Por isso nossa palavra de ordem é produzir, mas produzir com qualidade e respeito ao meio ambiente”, ressalvou.

Liberação de recursos

Na entrevista, a preocupação com eventuais atrasos na liberação dos recursos para financiamentos nesta safra 2008/2009 foi levantada. Cassel afirmou que isso não deve ocorrer este ano, já que as resoluções do Banco Central não atrasaram.

O ministro destacou, ainda, que o Mais Alimentos tem um caráter social ao se preocupar com a melhoria da renda nas propriedades rurais a partir do aumento e da qualidade na produção. De acordo com Cassel, a União e os governos dos estados, juntamente com as empresas estaduais de assistência técnica, estão criando condições para o conhecimento e o acesso a outras possibilidades na agricultura, o que reduz a prática da monocultura. “Todos estão vendo que, ao contrário de insistir em monocultura, é mais seguro e rentável produzir alimentos básicos para a população. Quem hoje está produzindo alimento, está tendo renda e estabilidade”, comentou.

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