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Geral

Bancada do PR saltou 25 para 42 deputados

Yara Aquino/ABr - 30 de setembro de 2007 - 15:48

Brasília - Enquanto partidos de oposição como DEM, PSDB e PPS estão entre os que mais perderam parlamentares com o troca-troca de partidos, o PR, que compõe a base aliada do governo, foi o que mais viu a bancada crescer.

O PPS, por exemplo, saiu das últimas eleições com 22 deputados e hoje contabiliza 13, uma perda de quase 50%, de acordo com o quadro de mudanças de partido da Câmara dos Deputados.

Criado em fevereiro deste ano fruto da fusão entre o PL e o Prona, o PR somava um total 25 deputados trazidos dos dois partidos. Hoje já são 42 parlamentares e atualmente a direção do partido negocia com políticos, tanto da base quanto da oposição, interessados em aderir à legenda, de acordo com o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (PR-RR).

Na avaliação de Luciano Castro, o partido atrai tantos parlamentares por que oferece mais possibilidades do que as siglas já consolidadas. “O PR é um partido que está se estruturando em todo o país e como partido novo permite aos parlamentares terem uma atuação política nos estados e municípios mais ampla, organizando diretórios, o que eles não podem fazer com partidos tradicionais. Isso facilita a opção pelo nosso partido”.

Para o cientista politico, Lúcio Rennó, a grande migração para um partido da base do governo tem ainda outro motivo. “Um padrão clássico é se aproximar mais do governo para ter um pouco mais de acesso a cargos e recursos orçamentários que o governo controla”.

Autor de projeto sobre fidelidade partidária, o deputado Luciano Castro conta que às vezes é questionado por defender a fidelidade e ao mesmo tempo receber tantos parlamentares vindos de outras siglas. “É porque a regra vigente hoje é a absoluta falta de regra. Hoje não tem regra, não tem um ato normativo que estabeleça essa questão de fidelidade partidária”, afirma.

O deputado Paulo César (RJ) é um dos que após as últimas eleições migrou para o PR. Vindo do PTB, ele afirma que a mudança foi motivada por questões ideológicas. “Assistimos partidos que tomam direcionamentos diferentes do que era pregado na época da campanha”. Mas Paulo César acaba apontando motivos para a mudança que vão além da ideologia. “O que me desagradou foi que no período eleitoral fui relegado a segundo plano dentro do meu partido e o partido adotou condutas que eu não estava de acordo”, conta.

Mas a bancada do PR pode ser ameaçada por um decisão a ser tomada na próxima quarta-feira (3) pelo Supremo Tribunal Federal que irá julgar a quem pertence o mandato, se ao parlamentar ou ao partido. No caso de ser do partido o deputado que trocou de legenda perderia o mandato que seria assumido pelo suplente no partido de origem.

Questionado sobre a consequência da decisão para o PR, o líder Luciano Castro responde com outra pergunta: “Doze mil vereadores trocaram de partido, governadores de estado trocaram de partido, senadores e deputados federais trocaram de partido, 250 deputados estaduais trocaram de partido. É só o PR?”.


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