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Geral

Balanço dos reajustes salariais é o pior desde 1996

Dourados News - 18 de março de 2004 - 15:48

No ano passado, a maior parte das negociações coletivas resultou em perdas para os trabalhadores. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), a grande maioria dos reajustes salariais foram inferiores à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e normalmente utilizado para a recomposição salarial.

O balanço do Dieese mostra que cerca de 58% dos reajustes ficaram em patamar inferior ao INPC-IBGE. Isso significa que apenas 42% das negociações consequiram repor as perdas com inflação.

Segundo o Dieese, embora a base de dados não constitua uma amostra estatística, o que relativiza as comparações anuais, o ano de 2003 foi o pior resultado já apurado desde o início da pesquisa, em 1996.

A pesquisa considerou 556 acordos e convenções coletivas de trabalho realizadas no ano passado. Também foi considerado o noticiário da imprensa escrita e dos veículos impressos ou virtuais do meio sindical - jornais e revistas de sindicatos de trabalhadores e de entidades sindicais empresariais.

Em cerca de 23% das negociações analisadas, os índices acordados corresponderam exatamente à inflação apurada pelo INPC. Em aproximadamente 20% dos casos observados, os percentuais de reajuste superaram a variação acumulada do índice, o que significa que uma em cada cinco negociações praticadas conquistou aumento maior que o INPC-IBGE.

É importante ressaltar, também, que mais de 72% dos reajustes salariais superiores ao INPC-IBGE o superaram em até 1%.

O ano de 2003 foi marcado também por um grande número de categorias cuja negociação resultou em perdas salariais acentuadas. Em aproximadamente 17% das negociações registradas, o reajuste salarial obtido ficou mais de 5% abaixo do INPC-IBGE.

A pesquisa revela ainda que os abonos salariais mostraram-se pouco presentes nas negociações realizadas entre janeiro e junho. No segundo semestre, no entanto, passaram a surgir com maior freqüência. No ano 2003 como um todo, os abonos foram observados em 12% das negociações.

Outra caracteristica observada foi reajuste escalonado, presente em 13% dos documentos analisados. Essa prática significa a aplicação de índices diferenciados por faixa salarial, normalmente de forma progressiva - ou seja, com variação de porcentagem inversamente proporcional ao nível de remuneração do trabalhador.

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