O balanço de pagamentos de janeiro registrou superávit de US$ 4,202 bilhões no mês passado. Resultado dos saldos de US$ 3,846 bilhões na conta financeira e de US$ 669 milhões nas transações correntes. Os números constam do relatório mensal sobre Setor Externo, anunciado hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Ele disse que foi o melhor resultado das contas financeiras, desde janeiro de 1992, e o destaque mais uma vez, segundo ele, ficou por conta do superávit de US$ 1,588 da balança comercial e dos investimentos estrangeiros em carteira, de US$ 2,690 bilhões. Só para efeito de comparação, o saldo de transações correntes em dezembro de 2003 foi de US$ 349 milhões, e em janeiro do ano passado foi de US$ 154 milhões.

O economista do BC considerou muito bom, também, o nível de investimentos estrangeiros diretos líquidos em janeiro, que somaram US$ 993 milhões, com aumento de 9,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Ele afirmou que o saldo deste mês também será bom, apesar de fevereiro ser um mês mais curto, por causa do Carnaval, mas adiantou que até ontem foram contabilizadas entradas de US$ 450 milhões.

Os gastos líquidos da União com serviços no exterior foram de US$ 84 milhões em janeiro, com queda de 58% na comparação com janeiro de 2003. As despesas com transportes e aluguel de equipamentos somaram US$ 287 milhões, além de gastos menores, mas a receita de outros serviços gerou entradas de US$ 352 milhões, conforme o relatório.

O BC mostra, ainda, que as reservas internacionais do país cresceram US$ 3,965 bilhões no mês, em função, principalmente, da compra de dólares, pelo BC, em leilões no mercado doméstico, no valor de US$ 2,620 bilhões. Lopes disse que a autoridade monetária continuará com intervenções no mercado de câmbio ao longo do ano, mas "sem comprar tanto".

Dentre as operações externas, destacaram-se o desembolso de US$ 1,5 bilhão em bônus e a receita de US$ 119 milhões em juros por remuneração das reservas. Com isso, as reservas internacionais fecharam janeiro com saldo de US$ 53,261 bilhões.

Quanto à dívida externa, os números estão estimados em US$ 220 bilhões até novembro do ano passado, sendo US$ 202 bilhões referentes a compromissos de médio e longo prazos e US$ 18 bilhões de obrigações de curto prazo.