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Baixa do dólar derruba venda antecipada de soja

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 06 de março de 2006 - 10:16

A baixa do dólar refletindo em preços aquém dos esperados pelo produtor fizeram com que as negociações envolvendo a soja em Mato Grosso do Sul travassem, totalizando neste período apenas de 17% a 20% de comprometimento dos 4,7 milhões de toneladas do grão previstos para serem colhidos até o fim de março, contra 40% da safra no mesmo período do ano passado.

A informação é da Granos Corretora de Grãos. O corretor Leon Dávalos observa que hoje o preço da saca está a R$ 21,00, especialmente na região Sul (Dourados e Rio Brilhante) contra R$ 28,00 a R$ 29,00 no mesmo período do ano passado. Na região de Chapadão do Sul há negócios para entrega em março na casa de US$ 10,00.

O mercado, afirma Leon, poderá reagir caso ocorra algum inconveniente na safra norte-americana, por isso o compasso entre os produtores é de espera. “Já em relação ao câmbio há uma incógnita”, diz. O dólar é referência para cotação mundial da soja. No final da semana passada fechou na casa de R$ 2,11 quando no mesmo período do ano passado estava cotado entre R$ 2,66 e R$ 2,77.

O presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Roos, afirma que o produtor neste período, considerando rendimento médio de 40 sacas por hectares, deveria estar recebendo cerca de R$ 33,00 por saca para ter renda e remunerar os custos e estima que o custo de plantação por hectare não fique abaixo de R$ 25,00. Além de uma queda média de 15% na produtividade, por conta da estiagem, o produtor teve de desembolsar mais recursos para controlar a ferrugem da soja este ano, segundo Carmélio. Treze municípios já decretaram situação de emergência por conta das perdas provocadas pela estiagem.

Ele afirma que o produtor está entrando em uma bola de neve ao reduzir a área plantada/ tecnologia usada no campo ano após ano e defende uma moratória de 10 anos para o pagamento das dívidas contraídas pelos produtores. Para ele, se o governo aceitasse essa moratória, concedendo carência de 5 anos, o setor privado, que financia grande parte das lavouras, também seria sinalizado de que precisa alongar as dívidas do setor.

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