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Baixa de umidade ajuda propagar doenças virais

Sandra Luz - Campo Grande News - 25 de agosto de 2006 - 09:52

A situação crítica da umidade no ar está contribuindo para o registro de casos de conjuntivite e varicela em Campo Grande. Somente nos primeiros sete meses do ano foram 4.688 casos de conjuntivite, o que já corresponde a 78% das 5.955 notificações de 2005. Os números demonstram preocupação porque o pico da doença começa no mês de agosto e vai até dezembro. O mesmo ocorre com a varicela, popular catapora, que já tem 642 casos este ano, 226 no mês de julho e cem em agosto. O pico da varicela vai até outubro, mas os casos também são registrados em novembro e dezembro, totalizando 2.779 em 2005.

A diferença entre 2005 e 2006 está na redução contínua da umidade relativa do ar, que alcançou o alarmante índice de 8% na Capital esta semana. A elevação de agravos dessas doenças, segundo o pediatra Davidson Vincoletto, ocorre porque sem a unidade, os esporos de vírus têm propagação mais rápida. “São doenças típicas dessa época justamente pela qualidade do ar, que irrita a mucosa e reduz as defesas”.

De acordo com o pediatra, quem mais sofre são as crianças e idosos, por conta do volume de defesas do organismo. “A criança ainda não criou defesas enquanto os idosos já usaram demais”, brinca. Adultos jovens, explica o médico, não estão imunes aos agravos. Foi o que aconteceu com a recepcionista Anelise Murcili, que teve catapora há duas semanas. Em princípio a doença, que trouxe febre e algumas feridas no corpo, foi confundida com acne, mas o diagnóstico surpreendeu. “Saíram bolhas d’água nas costas e também no olho, boca e garganta. O problema maior foram as coceiras”, relata. A recepcionista disse que ficou aliviada de a doença não ter atingido o filho, que ela se preocupou em vacinar.

A medida também foi tomada pela dona de casa Fernanda Duarte, mãe da pequena Larissa Ortega. Como a vacina não é disponibilizada na rede pública, ela pagou pela proteção da filha, mas garante que os efeitos da pouca umidade do ar não a deixam sossegar. “É ruim demais, ela tosse a noite inteira”, reclama.

A imunização, porém, não poupou o pequeno Gabriel Nunes, de 4 anos. “Ele foi vacinado, então a catapora chegou bem fraquinha. Por isso ele está bem disposto e chegou a ficar em estado febril, mas está bem”, relata a mãe, Vivianne Nunes. A catapora forçou Anelise e Gabriel a uma interrupção nas atividades de duas semanas, medida aplicada para não contaminar outras pessoas.

Essa pausa nas atividades, principalmente as escolares virou rotina na escola Dolor Ferreira de Andrade, como explica a técnica Neuza Maria Salviano. “Nesta época é normal, mas este ano está mais intenso. Pelo menos seis mães levaram atestados de crianças com catapora, conjuntivite e surgiram até mesmo de caxumba”, conta.

O aumento dos casos no mês de agosto é confirmado pela pediatra Maria Lenize, que atende na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Tiradentes e já atendeu a vários pacientes vítimas das doenças. Conforme a médica, no caso da catapora, é preciso atentar à infecção que pode ocorrer na pele, se não houver higiene adequada. Higiene também é recomendação para a conjuntivite.

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