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Geral

Bactérias ajudam a proteger nossa pele de uma variedade de males

Saúde Plena - 07 de agosto de 2015 - 14:00

Elas estão em todos os lugares e, no senso comum, são sinônimo de doenças. Contudo, as bactérias podem ser “do bem”. As que estão na pele humana, por exemplo, são de vital importância para a saúde. Ana Môsca, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que o microbioma cutâneo (conjunto de micro-organismos que colonizam a pele) funciona como um minúsculo exército. “É como se as bactérias protegessem uma cidade microscópica”, completa. Se o exército está desfalcado por qualquer motivo, as barreiras da pele ficam comprometidas, facilitando a entrada de tropas inimigas — as temidas infecções.

A constituição do exército varia em cada indivíduo. Cor, gênero, condições ambientais (como poluição) e idade são fatores que podem diminuir ou aumentar a quantidade de “soldados” da pele. Eliandre Palermo, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), explica que o desequilíbrio do microbioma da pele pode resultar em doenças de pele, como a dermatite atópica e a acne. “Cerca de 90% dos adolescentes têm acne e quase metade deles vai continuar a apresentar algum sintoma mesmo quando forem adultos”, exemplifica. “Porém, somente 1% dos homens e 5% das mulheres ainda apresentarão lesões ativas de acne aos 40 anos.” No caso da dermatite atópica, a médica explica que a baixa diversidade de bactérias características da doença enfraquece a barreira contra micróbios irritantes e alérgenos. Isso, por sua vez, faz com que os pacientes fiquem mais suscetíveis à sensibilização alérgica, bem como a infecções.

A importância de mapear e conhecer quais micro-organismos fazem parte do microbioma cutâneo é entender como evitar e, eventualmente, curar as doenças de pele. O Projeto Microbioma Humano, iniciado em 2008, tem exatamente esse objetivo. Por meio da análise dos micro-organismos de várias partes do corpo, os especialistas conseguem sequenciar o genoma microbiano. “Isso ajudará a elucidar a relação entre a doença e as mudanças no microbioma humano”, resume. “Com isso, teremos o aprimoramento e a padronização de protocolos, com o fim de se examinar a relação entre as mudanças no microbioma dos indivíduos e o aparecimento de doenças de relevância para a medicina.”

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