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Avião desaparece no Espirito Santo

gazetaonline - 14 de outubro de 2006 - 18:15

Um avião de pequeno porte, com cinco passageiros e um tripulante a bordo, está desaparecido desde a noite de sexta-feira, na região de Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A aeronave, modelo PA-34 - Seneca, saiu de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e seguia para Porto Seguro, na Bahia. Clique aqui e veja a rota do avião.

A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou um avião Bandeirante P-95, que saiu do Rio de Janeiro, e um Bandeirante C-95 de um grupamento de aviação especializado em buscas de Campo Grande (MS). Junto a helicópteros da Polícia Militar, os aviões realizam buscas no litoral capixaba, mas ainda sem sucesso.


De acordo com o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, o avião perdeu contato com a torre de controle após percorrer 20 milhas - cerca de 35 quilômetros ao norte de Vitória. Segundo ele, a aeronave aterrissou no Aeroporto Eurico Salles, às 16h46, para reabastecer. Colocou 151 litros de combustível e seguiu viagem às 19h37, quando desapareceu. Segundo o brigadeiro, a gasolina acabaria depois de cinco horas.

Por isso, disse ele, as hipóteses mais prováveis são de pouso forçado ou de que a aeronave tenha caído no mar. O brigadeiro não soube precisar o horário do último contato. “Como já se passaram bem mais de cinco horas, tempo do combustível do avião, trabalhamos com a hipótese de ele ter feito um pouso forçado ou ter caído. Estamos realizando buscas”, disse.

Em entrevista à Rádio CBN Brasília, o presidente da Infraero ainda informou acreditar na possibilidade de o avião ter caído no mar, já que não existe informação sobre um possível pouso forçado. Segundo ele, a região onde a aeronave sumiu é bastante populosa e, se o avião tivesse caído em terra, moradores já teriam alertado aos policiais que participam das buscas. "O local onde o bimotor desapareceu é uma região de praia, onde existem algumas elevações pequenas. A localidade também é muito habitada, com várias cidadezinhas e vilas de pescadores. O que preocupa é que ninguém viu nada e já passam muitas horas de buscas. Outro fator preocupante é que buscas no litoral são extremamente complicadas", disse o presidente da Infraero.

Testemunhas disseram que o avião sobrevoava o litoral capixaba, entre Aracruz e Linhares, quando sumiu do radar. Nenhum sinal do bimotor foi encontrado até agora. Nos aeroportos de Jacarepaguá (RJ) e de Porto Seguro (BA) ainda não há informações sobre o vôo e os passageiros. Também não há informação sobre vítimas.


O avião pertencia ao Tenente Coronel da Força Aérea Brasileira Alduíno Coutinho de Souza. Ele retirou a aeronave de uma oficina em Minas Gerais na quinta-feira e foi buscar a família no Rio. Em seguida, eles viajaram para Porto Seguro, onde passariam o fim de semana. Alduíno estava com a mulher Ronilda, os filhos Rafael e Alduíno e as duas noras, ainda não identificadas.

O bimotor havia acabado de passar por uma revisão completa, cumprindo todos os requisitos exigidos pelo fabricante e, segundo técnicos, estava em plena ordem para voar. Comprada há poucos meses por Alduíno, a aeronave havia passado por uma vistoria de manutenção para a obtenção do certificado de navegabilidade.


A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, por meio de nota oficial divulgada no final da tarde deste sábado, que os documentos do avião bimotor Seneca, e também do piloto, desaparecidos na costa do Espírito Santo, estão atualizados.

Na nota, entretanto, a agência não explica porque no cadastro oficial o aparelho aparece com "situação de aeronavegabilidade suspensa" e apenas nega que existam irregularidades no registro.

Fontes ligadas à agência disseram que pode ter ocorrido um problema técnico na atualização do cadastro na página eletrônica da Anac (www.anac.gov.br) que entrou em funcionamento na semana passada.

De acordo com a Anac, o avião foi comprado pelo atual proprietário em 21 de junho deste ano. É fabricado pela Embraer e tem capacidade para levar seis passageiros. A aeronave tem velocidade de cruzeiro de 280 Km/h e autonomia de cinco horas de vôo.


O instrutor de vôo do Aeroclube do Espírito Santo, Alfredo César da Silva, informou, em entrevista à rádio CBN Vitória, na manhã deste sábado, que é provável que o avião estivesse voando a menos de 10 mil pés de altura no momento em que perdeu o contato com a torre de controle no Aeroporto de Vitória.

De acordo com o instrutor de vôo, o avião não tem cabine pressurizada e, por isso, a altitude máxima permitida é de 12 mil pés. Ele disse que chegou a avistar a aeronave minutos antes da aterrissagem, em Vitória. "Vimos o bimotor se preparando para descer na capital capixaba", relatou.


Os últimos registros de aeronaves que desapareceram ou caíram em território capixaba aconteceram há mais de 25 anos. Duas delas caíram no mar e nunca foram encontradas. A informação é do membro do conselho fiscal do Aeroclube do Espírito Santo, na Barra do Jucu, Alfredo Cezar da Silva

Alfredo conta que, há mais de 25 anos, não há registros de quedas de aviões no Estado. As últimas ocorrências, segundo ele, foram registradas antes desse período: uma aeronave que seguia de Linhares, no Norte do Estado, para Vila Velha, além de outra, que seguia de São Mateus, também no Norte, para a cidade de Campos, no Rio de Janeiro.

A notícia do desaparecimento do avião mobilizou também setores da sociedade civil da região litorânea do Norte capixaba. O processo de busca envolveu, principalmente, pescadores localizados entre Barra do Riacho, no município de Aracruz e Conceição Barra.

Até mesmo em Degredo, uma região de difícil acesso no litoral de Linhares, houve mobilização por parte da comunidade. Montados a cavalo, moradores percorreram as áreas de restinga, mas descartaram qualquer possibilidade da aerovave ter caído naquela área.

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