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Atolado no Pantanal, grupo usa drone para enviar bilhete com pedido de ajuda

Correio do Estado - 27 de julho de 2018 - 10:40

No início do mês de julho, durante um dia normal de trabalho, uma equipe composta por quatro pessoas fazia filmagens áreas na região do Pantanal, utilizando um drone, quando a caminhonete em que estavam atolou, próximo a região do Parque Estadual do Rio Negro. Em meio ao Pantanal, sem ninguém por perto para ajudá-los e sem sinal de celular, o que era um equipamento de trabalho serviu como um meio de socorro. O drone foi enviado com um bilhete pedindo ajuda por vários quilômetros, até chegar

O cinegrafista Valdec Júnior, 25 anos, estava na equipe, junto com o dono da produtora, o motorista da caminhonete e um guia do local, fazendo as filmagens. Segundo ele, a estrada do Pantanal aparentemente estava seca, mas quando passaram, o solo era um espécie de lodo e a roda do veículo afundou, ficando atolada. O motorista tentou por diversas retirar o veículo, sem sucesso.

Sem nenhum recurso além dos equipamentos de trabalho, que eram câmeras de foto e vídeo e o drone, e sem sinal no celular por conta do local estar situado no meio da planície alagada, o grupo ficou parado no meio da estrada sem saber o que fazer, a espera, porém sem esperança, de que alguém passasse pelo local e pudesse ajudar.

Após cerca de duas horas, o operador do drone e cinegrafista, Betinho Escalante, teve a ideia de usar a aeronave não tripulada como um equipamento de resgate.

“Estavámos lá e pensamos: 'vamos mandar o drone'. Fizemos um bilhete, amarramos com fita e enviamos, acompanhando as imagens pelo monitor, até encontrar alguém”, explicou o cinegrafista.

No bilhete estava escrito: “Estamos atolados na entrada da fazenda Santa Luzia, nos ajude!”.

Apesar de estar na entrada de uma fazenda, do local onde estavam até a sede da propriedade, eram cerca de 50 quilômetros, que demoraria muito caso o grupo tentasse pedir ajuda a pé. Após alguns quilômetros com o equipamento sobrevoando a região, o operador do drone avistou um rapaz consertando a cerca de uma propriedade e decidiu pousar o drone em cima do homem.

"Descemos o drone em cima dele. Ele assustou, mas encontrou e pegou o papel. Ficamos esperando, olhando pelo monitor e trouxemos o drone de volta", disse.

Com o problema inicial e aparentemente resolvido, surgiu outra preocupação: será que o rapaz sabia ler? Será que ele acreditaria na mensagem? e o mais importante: será que ele iria em busca do grupo para socorrê-los?

Para sorte do grupo, a resposta foi sim para todas as perguntas. O capataz da fazenda ficou desconfiado, mas decidiu ir atrás para ver se o pedido de socorro era de fato verdadeiro, e encontrou o quarteto no meio da estrada. O rapaz usou um trator para tirar o veículo da lama e, dessa forma, os profissionais ficaram livres para continuar o trabalho de filmagens.

"Chegamos umas duas horas atrasados, mais ou menos, mas conseguimos fazer o trabalho. Foi uma história que vai ficar para o resto da vida", finalizou.

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