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Ata do Copom diz que aumento dos juros é vigilância

Stênio Ribeiro/ABr - 27 de maio de 2005 - 10:00

A persistência da inflação nos últimos meses foi a principal causa da elevação da taxa básica de juros (Selic), na semana passada, para 19,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). É o que informa a ata da reunião do Copom divulgada hoje pelo Banco Central. De acordo com o documento, só a manutenção da taxa de juros estabelecida em abril, mesmo que por um período longo, "não proporcionaria condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas".

Como resultado, o colegiado de diretores do BC decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual e acompanhar atentamente a evolução do cenário de preços do mercado até a reunião de junho, e só então definir os próximos passos na estratégia de política monetária implementada desde setembro do ano passado, quando a Selic era de 16%.

A exemplo das atas das reuniões anteriores, o Copom ressalta a necessidade de a autoridade monetária estar pronta para adequar o ritmo e a magnitude dos ajustes da taxa de juros, caso os fatores de risco para a inflação aumentem. O comitê promete manter-se "especialmente vigilante" para evitar que pressões de curto prazo se propaguem, posto que a política monetária atua com defasagem sobre a inflação.

A ata destaca, por exemplo, que os efeitos do ciclo de aumentos da Selic, a partir de setembro de 2004, já se fazem sentir tanto na contenção de preços no primeiro trimestre deste ano quanto nas projeções do BC e dos analistas do setor privado. Ressalta que os efeitos do processo "ainda não se fizeram sentir integralmente", em virtude da "persistência de focos de pressão" que contaminam a inflação corrente e contribuem para deteriorar as expectativas futuras.

O documento do Copom manifesta surpresa com o resultado da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de abril, que registrou inflação de 0,87% -- bem acima dos 0,61% de março, em que pese a elevação da taxa básica de juros em 3,5 pontos percentuais até então.

Mais uma vez, os preços administrados por contrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, remédios, água, transporte urbano e outros) deram forte contribuição para o aumento da inflação. Houve aumento de remédios, das tarifas de ônibus em três capitais, das contas de energia elétrica em cinco regiões, da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e reajustes no valor da taxa de iluminação pública.

Isso contribuiu para que os preços administrados aumentassem 1,14% em abril, respondendo por 0,34 ponto percentual na composição do IPCA. O Copom acredita que esse segmento terá menor peso daqui para frente e projeta inflação acumulada dos preços administrados em 7,3% neste ano, contra projeção anterior de 7,2%. O Boletim Focus da última segunda-feira (23) projeta índice de 7,8%.

De acordo com as novas informações disponíveis sobre tendências dos preços públicos e dos serviços monitorados, a ata do Copom manteve a hipótese de inflação zero este ano para gasolina e gás de cozinha; reavaliou de 7,9% para 8,6% os reajustes acumulados das tarifas de telefonia fixa; e manteve a expectativa de 10,8% para os reajustes das tarifas de energia elétrica residencial.

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