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Associação Nacional de jornais critica Conselho Federal

Liésio Pereira/ABr - 15 de setembro de 2004 - 08:38

São Paulo - O novo presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Nelson Sirotsky, tomou posse hoje criticando o projeto do Conselho Federal de Jornalismo. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Eunício Oliveira (Comunicações).

“A ANJ será intransigente na defesa do direito conquistado pela sociedade brasileira de receber informação livre, independente e necessária. É por isso que os jornais associados à ANJ, que diariamente constroem a cidadania desse país, são, responsável e democraticamente, contrários à criação do Conselho Federal de Jornalismo”, afirmou Sirotsky em seu discurso de posse.

“Temos convicção de que o seu governo e o Congresso Nacional não serão protagonistas de qualquer ação que possa representar um retrocesso a essa conquista do povo brasileiro”, acrescentou.

Apesar de criticar o projeto, Sirotsky observou que a participação do presidente Lula na cerimônia demonstrava a posição democrática do Governo. “A presença de Vossa Excelência nesse ato, em um momento em que se discutem tantos temas relacionados ao exercício da nossa atividade, é compreendida por nós como uma reafirmação de seus compromissos históricos com a liberdade de expressão e com a democracia”, afirmou, dirigindo-se ao presidente.

Antes, o ex-presidente da ANJ, Júlio Mesquita Neto, também criticou o CFJ em seu discurso. Segundo disse, “na visão da ANJ, a liberdade de imprensa constitui direito inalienável e fundamental do ser humano, além de condição essencial para o exercício da cidadania”. Foi com essa determinação, ressaltou, que enfrentou os desafios de seus quatro anos de mandato à frente da Associação. Entre as conquistas, Mesquita Neto destacou “a vigilância permanente contra a tentativa de cercear ou bloquear o exercício livre do jornalismo, tanto do ponto de vista editorial quanto empresarial”.

Nélson Sirotsky defendeu a valorização do Código de Ética para aumentar a credibilidade dos jornais, por um processo de auto-regulamentação do setor. “Pretendemos estimular, em um processo de auto-regulamentação, a existência de normas e princípios éticos em cada um de nossos veículos e a divulgação dos mesmos para o público de maneira transparente”, disse.

“Devemos apoiar e participar de todas as iniciativas que possam aperfeiçoar o desempenho de nossa atividade, sempre que isto não represente qualquer violação ao direito conquistado pela sociedade brasileira da liberdade de expressão”, observou.

Segundo Sirotsky, a nova diretoria da ANJ tem como metas aumentar a circulação, penetração e receita publicitária. Ele explicou que o Brasil possui 529 dos 6.649 jornais diários do mundo. “Nós, brasileiros, editamos cerca de oito por cento de todos os jornais diários em circulação no mundo e somos o segundo país do planeta em número de jornais diários”, disse. Apesar disso, ressaltou que no país circula cerca de 6,5 milhões de exemplares/dia, pouco se comparado aos 390 milhões consumidos diariamente no mundo.

“A penetração dos jornais no Brasil, na população adulta, ainda é muito baixa, com 52 exemplares por mil adultos, o que nos coloca na 55ª posição, atrás de países como a Grécia, o Equador, a Bulgária e a Hungria”, observou.

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