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As causas e formas de combate ao rotavírus

Jacqueline Lopes/Campo Grande News - 21 de setembro de 2004 - 07:30

O rotavírus, doença que no período de estiagem – normalmente de julho até outubro – aflige criança de 12 meses até 6 anos é o principal agente causador da diarréia. A doença vem sendo considerada em todo o mundo o principal responsável pelo quadro em crianças menores de 5 anos, causadora de surtos de diarréia em creches ou pré-escolas em diversas regiões.
Os surtos por rotavírus já representam cerca de 20% do total dos casos freqüentes notificados, ocorrendo principalmente em creches ou hospitais.
Segundo a pediatra Yaeko Minata, a contaminação se dá através do ar e também pelo contato com fezes de pacientes com a enfermidade. “O diagnóstico é feito através das fezes”, explica.
A doença, de acordo com a especialista, pode ser controlada com hidratação. O quadro da enfermidade dura em média uma semana.
Os sintomas são vômito, diarréia, febre e falta de apetite. O controle da endemia parece simples, mas para as mães, não é. Isso porque o atendimento nos postos de saúde acaba não dando o suporte necessário às famílias, conforme depoimentos das pacientes.
A dona de casa Alessandra Renata Ribeiro, de 20 anos, moradora da Lagoa Dourada, na saída para Três Lagoas, acompanha na ala de pediatria da Santa Casa o filho Guilherme, de 1 ano. “Meu filho perdeu o apetite, tem muita diarréia. Já levei no posto, mas ninguém me explica o que pode ser. Aqui, após o exame, vou esclarecer isso. Tem muita mãe na minha situação”, diz Alessandra Ribeiro.
A infecção causada pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia líquida e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos. Os rotavírus, eliminados em alta quantidade nas fezes de crianças infectadas, são transmitidos pela via oral, por água ou alimentos, por contato pessoa-a-pessoa, objetos contaminados e, também, secreções respiratórias.
Nos Estados Unidos, é a principal causa de diarréia grave. Estima-se que essa doença seja responsável por 5 a 10% de todos os episódios diarréicos em crianças menores de 5 anos, demandando mais de 500 mil consultas médicas e cerca de 50 mil hospitalizações por ano, e responsável por consideráveis custos médicos e não médicos.
No Brasil, não há levantamentos precisos sobre a doença. Além de ser importante seguir as normas rígidas de higiene no cuidado com as crianças, e principalmente nos espaços como creches, escolas, hospitais e outros ambientes, várias medidas são preconizadas para a prevenção:
1) Estímulo ao aleitamento materno parece ter fundamental importância pelos altos níveis de anticorpos contra o rotavírus;
2) Encaminhamento imediato ao serviço médico de crianças com diarréia, e principalmente, das que convivem em creches, para o diagnóstico da doença e tratamento. O afastamento da creche para prevenir novos casos e surtos também é indicado;
3) O médico deve levantar dados da história da doença, antecedentes epidemiológicos, que ao lado do exame clínico podem sugerir fortemente a infecção pelo rotavírus. Comoo as manifestações clínicas não são específicas, deve solicitar o exame de fezes, pois a confirmação laboratorial será necessária para confirmação da doença e para subsidiar a investigação a pela vigilância epidemiológica.

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