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Artigo: Você é prisioneiro de seus pensamentos?

Por Mari Cordeiro - 24 de setembro de 2012 - 13:05

Todos os dias somos invadidos por pensamentos quando apenas acatamos as vozes internas ou vivemos horas num debate intelectual. Mas o que de fato ocorre em nossa mente? Será que nossos pensamentos estão sempre certos? Temos o domínio sobre nossas ações? Desde pequenos aprendemos que algumas coisas são certas e outras erradas. Nossos pais e depois professores, família, cultura e amigos são tremendamente responsáveis pelo que pensamos hoje.



Quando pensamos se somos inteligentes ou não, se somos boas pessoas ou não, estamos nos relacionando com as crenças que aprendemos com estes “mestres” ao longo dos anos. O cérebro não distingue o certo do errado, o verdadeiro do falso, ele apenas acata aos comandos da mente. Já dizia Henry Ford. “Se você acredita que é capaz ou que é incapaz, não importa, você está certo.” É o que acreditamos que gere nossas ações.



Certa vez me deparei com dois diretores contando como viam uma determinada situação. Ambos a haviam vivenciado, porém seus relatos eram bastante diferentes e um responsabilizava ao outro pelo ocorrido. Exploramos com maior profundidade a situação. A questão é que já havia um relacionamento frágil em decorrência de dificuldades anteriores e visões atrofiadas dos cenários.



Cada um ia selecionando as informações de acordo com o que achava que seria o provável, pelo julgamento que já fazia da pessoa. Como consequência cada um decidia o que havia ocorrido e como deveria agir. Sabe qual foi o resultado disso? Uma tomada de decisão empobrecida e com desdobramentos comprometidos. Mas ao colocar este olhar mais cuidadoso, foi unanime a constatação de que havia muito mais a ser considerado e que certamente os desdobramentos seriam bem melhores.



As crenças mais comuns adotadas giram em torno da injustiça, da não aceitação e necessidade em ser aceito, do pensamento que as coisas na vida precisam ser fáceis, ou que devem acontecer de uma forma específica, de preferência “do meu jeito”. É comum também querer que tudo seja perfeito e aconteça agora mesmo. Naturalmente esse seria talvez o país das maravilhas de Alice. Na vida real as coisas são como são, mas os tons são escolhidos por nós.



Uma das premissas da psicologia é a de que pensamento gera emoção que gera comportamento. A crença é uma repetição de pensamentos. Quanto mais limitante ela for, mas restringe comportamentos produtivos e realizáveis. Isso nos revela o quanto a mente está no comando. Podemos nos deparar com uma situação difícil e escolher ver e interagir com o pior cenário ou preferir o caminho mais tranquilo. Vai depender de nossa escolha.



Pensamentos perturbadores vão existir sempre. São muitas as histórias vividas e significados atribuídos a elas. Mas usando a mente como sua aliada é possível questionar se esse pensamento está explorando todos os cenários possíveis e se você considerou os benefícios, aprendizagens ou o lado bom da situação. Não ignore a possibilidade de o pensamento falhar. Às vezes não é pensando que encontramos a melhor saída, mas sentindo.



Lembra aquela vez que você sem saber por que achou melhor ligar para seu irmão e ele estava aflito precisando desabafar? Ou simplesmente mudou o seu trajeto e evitou um acidente ou uma enchente? Não foi seu pensamento que conseguiu isso, mas sim sua intuição. Ela acessa aspectos nossos que sobrepõem à lógica. Somos muito mais do que uma inteligência lógico-matemática.



Considere a possibilidade de explorar cenários maiores. De descobrir mais facetas do ser humano. De reconhecer que você pode se separar de suas crenças. De renunciar a escolhas e pensamentos improdutivos. E assumir que pode escrever sua história e pintar sua tela com os tons que escolher!



Mari Cordeiro é consultora da M&S, consultoria especializada em desenvolvimento humano.

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