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Artigo: Tratamento de fobias - Medo de avião

* Anita Rebeca Fischer - 30 de março de 2009 - 14:35

Podem ser diversas as causas de uma fobia. Ultimamente, em meu consultório, fobias de avião tem representado uma porcentagem grande em relação a outras fobias.



Relatos de acidentes aéreos, amplamente divulgados pela mídia, incidentes durante uma viagem, como turbulência, mau tempo ou até mesmo um pouso de emergência, podem provocar um medo muito exagerado e até mesmo o desenvolvimento de fobias.



Este medo pode também ter sido "herdado" pelo histórico familiar. Não geneticamente, porém, repetidas histórias ouvidas por pessoas significativas, mães, pais e até mesmo avós, podem desencadear um desequilíbrio importante, que se não tratado, pode sim caminhar para o desenvolvimento de uma fobia.



Uma pessoa que tenha ficado presa, alguns segundos, em um elevador, pode generalizar este medo para todos os lugares apertados e fechados. É mais comum que isso aconteça na primeira infância. Este medo pode se expandir para outras situações semelhantes, e não raro esta pessoa evitará entrar em túneis, lojas pequenas e apertadas, shows com grande multidões e assim por diante.



Como tratar a fobia de avião pela Programação Neurolinguística



Sabemos que o ser humano não nasce com medos. Haja vista o fato da criança, em sua exploração pelo mundo, enfiar o dedo em tomadas, puxar o rabo do cachorro, debruçar-se em janelas etc. Em algum momento da vida, ela incorporará certos medos. Diga-se de passagem, o medo é um sinalizador importante, nos protege. Sem ele correríamos sérios riscos em nossas vidas. Entretanto, um medo excessivo, exagerado, pode limitar muito a vida de seres humanos.



Poucos sabem, porém, que eles podem ser tratados. Leva-se o carro para a oficina quando ele apresenta certo barulho, mas uma visita ao psicoterapeuta para aprender a lidar com esses medos, infelizmente, ainda é vista com muito preconceito. Acredita-se que apenas os "fracos" precisem de ajuda. E, ironicamente, apenas os mais conscientes são os que as procuram.



A Programação Neurolinguistica utiliza técnicas para lidar com estas fobias. Uma delas é a regressão, feita conscientemente, dentro do Modelo de Milton Ericson, para descobrir em que momento este indivíduo "aprendeu" a ter esta reação fóbica diante do avião. A partir daí, atualizaremos o ocorrido. Muitas vezes o indivíduo esteve de fato ameaçado. Mas a informação de que tudo acabou, que ele se salvou, não foi levada ao "sistema". O que ele precisou e não teve naquele momento? Coragem? Calma? Tranqüilidade? Paciência? Uma vez descoberto o que faltou, levamos agora este recurso para esta experiência. Não mudamos o que aconteceu, mudamos a maneira como a história ficou arquivada. Se antes estava num arquivo de traumas, perigos, podemos agora guardá-la como um evento mais simples, com segurança. Novas sinapses ocorrem a partir destas atualizações.



E, o mais incrível de tudo, esta cura pode ser rápida e indolor. Steve Andreas, grande colaborador da Programação Neurolinguista nos Estados Unidos, admite que a maioria das pessoas ainda acha que devem sofrer para se curar. E, muito pelo contrário, existe um cuidado muito grande ao tratarmos fobias e traumas, em preservar o indivíduo do sofrimento. Já basta o que passou.



Em um dos casos em que trabalhei, uma paciente, diretora de uma agência de turismo, delegava todas as viagens de avião ao sócio, por conta de sua fobia. Ao perceber sua sabotagem, procurou-me com o intuito de viajar sem sofrimento.



Estranhamente, no passado ela viajava de avião e gostava. Em determinado momento de sua vida, paralizou-se diante da hipótese de estar dentro de uma aeronave. Como este medo também se repetia, algumas vezes, em elevadores, partimos para uma pesquisa através da "sensação" desagradável que sentia nestes lugares. Descobrimos, para seu grande espanto, que bem pequena, com aproximadamente 3 a 4 anos de idade, numa festinha da família, sem que ninguém percebesse, bebeu todos os restos de bebidas alcoólicas que encontrou ao seu alcance. Entrou em coma alcoólico, desmaiou e foi parar no hospital, correndo grande risco de morte.



Anos a frente, em uma ocasião, dentro de um avião, este entrou numa turbulência e a sensação desagradável do desmaio "acordou" em seu sistema e todos os seus sentidos foram estimulados para a "fuga"! Após trabalharmos alguns minutos com esta experiência, tudo se modificou. Algumas semanas mais tarde ela me enviou um cartão da Nova Zelândia, relatando que sua viagem tinha sido ótima e que ela tinha até "gostado"!



Nosso cérebro é muito esperto. Se ele, por proteção, instalou um medo, uma fobia, em frações de segundo, não precisará de anos de terapia para modificar esta experiência. No entanto, cada caso é um caso e devemos respeitar o ritmo de cada um que nos procura. O que pode levar algumas sessões para uns, pode se estender por alguns meses para outros. Cada um tem uma história. Somos seres únicos.



Em outro caso, uma garota acordou de uma anestesia em uma cirurgia, amarrada numa cama em um centro cirúrgico. Esta experiência generalizou-se para todos os lugares em que não podia "escapar" se assim o desejasse. Avião era um destes lugares. O tratamento durou seis meses e hoje, quando necessário, viaja de avião. Não espera-se que "adore", mas que o faça sem o sofrimento que acontecia antes.



A Programação Neurolinguística é muito respeitada atualmente, como uma fonte riquíssima de ferramentas que ajudam às pessoas a superar medos, traumas e fobias, e assim melhorar sua qualidade de vida, ganhando autonomia e melhorando sua auto-estima e portanto sua vida.




* Anita Rebeca Fischer é psicóloga, psicanalista e psicoterapeuta, com 25 anos de exercício profissional em consultório; há 12 anos vem trabalhando com Programação Neurolinguística e ministrando cursos na Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.

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