É comum as pessoas reclamarem do trabalho e da vida que levam. Reclamam do carro que dirigem, da comida que encontram na mesa, da roupa que vestem, dos amigos que possuem e de tudo aquilo, no final, as define.
Esse descontentamento tem origem na nossa infância, quando olhávamos para o brinquedo do nosso coleguinha e sentíamos inveja de não possuir um brinquedo como o dele. Depois quando a casa do amiguinho é muito melhore, e daí para frente.
A maioria das pessoas, nessa mesma fase, aprende a sonhar e a acreditar que os sonhos se realizam. Mas com o tempo nós costumamos perder essa habilidade, e os sonhos se tornam inacessíveis, e a palavra “impossível” incorpora a definição de sonho.
O fato é que nascemos em um mundo competitivo, crítico e individualista que nos força a olhar para nossas conquistas como se não fossem nada, ou muito pouco para ser digno de alguma celebração.
É como aquela situação em que você fala em voz alta um desejo seu, pessoal, e alguém ironicamente começa a cantarolar para você: “Sonho meu... sonho meu...”
Pois bem, essa é a postura do mundo mediante as realizações alheias. Quando conquistamos algo, fomos competentes, mas ninguém nos reconhece como tal, quando alguém conquista alguma coisa nós dizemos para nós mesmos que é porque ele teve sorte ou porque o que conquistou não valia nada.
Muitas pessoas já são bem sucedidas, mas não conseguem se ver como tal. Se entregam a infelicidade e a depressão, ou buscam desesperadamente novos objetivos para justificar a própria competência.
Todos devemos aprender a valorizar a nossa própria história, nossas próprias conquistas e perdoar nossas próprias falhas. Existe sempre a possibilidade de um recomeço, desde que estejamos abertos ao aprendizado.


Luciano Coppini é Psicólogo, Consultor de Empresas; Professor Universitário; especialista em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Profissional, realiza Coaching Gerencial e apresenta o programa Tendência pelo Agromix TV.