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Artigo: O futebol-paixão e a paz

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 10 de março de 2008 - 08:07

Longe de estarem tomadas pela saudável e gostosa alegria proporcionada pelo esporte, ultimamente, as torcidas têm se comportado inconvenientemente, como a turba enfurecida. Em nada diferem de um bando de desordeiros ou manifestantes dispostos a acabar com tudo. As imagens dos jornais e TVs demonstram essa triste realidade. Os estádios e ruas tomados por verdadeiros criminosos que enfeiam o espetáculo, amedrontam e afugentam o verdadeiro torcedor.

Anos atrás, quando ocorreram mortes nos estádios e a caminho deles, as autoridades, acertadamente, suspenderam torcidas organizadas e chegaram a prender algumas das bestas-feras que manchavam a imagem do futebol brasileiro. Mas, como tudo no Brasil, o trabalho não teve continuidade e hoje presenciamos o reinício da barbárie nos campos e arquibancadas do país escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014.

É lamentável que, “a maior festa popular do brasileiro” esteja sofrendo esse desgaste. As federações e clubes, como promotores e grandes interessados na manutenção do negócio, deveriam adotar medidas enérgicas para garantir uma certa estabilidade ao futebol que, além da paixão do povo, movimenta milhões de dólares no esporte e em atividades paralelas.

Como em toda festa particular, deveriam manter segurança privada dentro dos estádios – trabalho hoje executado pela polícia, em prejuízo do patrulhamento de vias e bairros e de outras atividades-fim da máquina pública – e realizar campanhas e outras atividades motivacionais junto ao torcedor para mantê-lo apaixonado e fiel ao clube e ao esporte, sem, contudo, participar de esquemas de violência. Assim, à polícia restaria o trabalho nas ruas, mesmo as próximas aos estádios e, evidentemente, a tarefa de coibir possíveis confrontos e distúrbios externos.

Torcer, vibrar e até sofrer com os altos e baixos do time do coração é normal. Esta maravilhosa e contagiante magia está presente em todos os lugares onde se pratica o apaixonante futebol. O anormal e inaceitável é isso descambar para a violência, o vandalismo e o banditismo. Quando é assim, exige providências urgentes.

Os cartolas – que movimentam milhões e gozam do prestígio de dirigir clubes – as federações, as autoridades e até segmentos da sociedade não diretamente ligados ao futebol (como a OAB, as associações de municípios e bairros e outras) precisam agir rápido. Encontrar uma forma de “baixar a pressão” nos estádios, fazendo com que voltem a ser locais freqüentáveis, inclusive pela família. Se isso não acontecer, dificilmente seremos uma competente sede para a Copa...



Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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