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Artigo: Língua portuguesa, inculta e bela!

Alcides Silva - 20 de janeiro de 2006 - 09:29

Língua portuguesa, inculta e bela!
Alcides Silva
O emprego da vírgula no período composto:

Na semana passada, o assunto foi a virgulação nos períodos simples, isto é, naqueles formados por uma única oração ou frase. Neste comentário, como prometido, o foco será a vírgula nos períodos compostos por duas ou mais orações.
Período composto por coordenação:
As orações coordenadas são sindéticas (quando a conjunção está expressa) e assindéticas (conjunção oculta). As orações coordenadas assindéticas devem sempre ser separadas por vírgula.
Orações coordenadas são as que indicam:
a- adição (e, nem, mas também, isto é, unem pensamentos similares ou equivalentes): Ele não veio, nem mandou representantes. Observação: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula quando os sujeitos forem diferentes ou quando o e aparecer repetido: Ele dançava, e pulava, e gritava, e batia palmas com muita fúria – A rua estava escura, e os meninos saíram correndo.
b- alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora, já ...já, quer ... quer e ligam pensamentos que se excluem ou se alternam): Ora passava as mãos na cabeça, ora as esfregava no rosto.
c-adversidade (mas, porém, contudo, no entanto, todavia etc., e ligam pensamentos que se contrastam entre si): Sejamos condescendentes, mas não tolos.
d- conclusão (logo, portanto, por conseguinte, por conseqüência – após o verbo da oração...): Penso, logo existo
e- explicação (porque, pois, que, porquanto, e a segunda oração se apresenta justificando a anterior): Não tenha medo, pois estamos aqui para defendê-lo.
Período composto por subordinação:
Orações subordinadas substantivas: não se separam por vírgula. As orações subordinadas substantivas são a que exercem a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal e aposto: É necessário que tenhamos juízo. (‘que tenhamos juízo’ é oração que funciona como sujeito do verbo ser).
Oração subordinada adjetiva pode ser explicativa ou restritiva. A oração subordinada adjetiva explicativa é a que exerce a função de aposto explicativo. A oração subordinada adjetiva restritiva é a que exerce a função de adjunto adnominal. Só a explicativa é separada por vírgula; a restritiva não.
As orações subordinadas adjetivas são as iniciadas por pronome relativo que, quem, onde, o qual e a qual, cujo, cuja, quanto, quanta (e respectivos plurais): A casa, onde ela reside, é rústica.
Orações subordinadas adverbiais: São separadas por vírgula quando estiverem no início ou no meio do período: Tão logo ele chegue com os livros, avisar-lhe-ei.
Observação final e importante: a vírgula é sempre uma pausa na leitura ou na fala, mas nem toda pausa é representada por vírgula. Volto a dizer: somente boas e permanentes leituras nos proporcionarão o manejo correto da virgulação.

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