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Geral

Artigo: Liderança Política: Filho de Peixe

16 de junho de 2008 - 13:49

Honrar a hereditariedade não é fácil. Eu diria – raridade. Quase sempre independe da boa vontade do herdeiro e das condições locais. Isso é visível em todos os segmentos da atividade humana, desde que o homem é homem.
Alguns exemplos para tornar o texto mais leve. Quais herdeiros conseguiram atingir o mesmo nível dos pais no mundo artístico? Aqui no Brasil temos Gonzaguinha e a Maria Rita dentre as exceções na música. Chico Anísio queria, tentou, mas seus filhos não chegaram nem perto. Seria demais exigir que a filha do Pavarotti cantasse ópera. O mesmo ocorre nos esportes. O filho de Emerson Fittipaldi não vingou, os filhos de Pelé e Zico passam longe do brilho deles e por aí afora... Você por acaso ouviu falar que um dos filhos do Antonio Ermírio de Moraes pudesse ser chamado de sucessor ideal?
Na vida pública não é diferente aqui e em qualquer parte do mundo. Ser filho de um grande líder não é garantia de talento, como se diz, não é carimbo no passaporte para a notoriedade. Imaginem se Winston Churchill, JK. Getúlio Vargas, Brizolla e outras personalidades notáveis tivessem deixado sucessores com tamanha capacidade e envergadura?
Acompanhando a vida pública e o noticiário acabamos estabelecendo comparações entre pais e filhos. Da velha safra de lideranças, quais são aquelas que tiveram continuidade sem perder o nível? Quando ACM morreu, todos perguntaram: e agora? O filho, seu suplente e que assumiu, só lembra o pai na aparência física. A esperança fica depositada em ACM Neto. É o mesmo caso que ocorreu com Tancredo. A salvação da lavoura foi também um neto; Aécio. Vale citar ainda o caso de José Sarney que investiu nos filhos Zequinha e Roseane. O primeiro é limitado, opaco. Ela – já perdeu a chance de disputar a presidência e hoje tem problemas sérios de saúde.
Aqui no Estado não é fácil localizar os sucessores que corresponderam. Pedrossian bem que tentou, mas seu filho Pepê não demonstrou aptidão; Wilson investiu em Celina, sua dependente eleitoral até hoje; Londres percebeu a inaptidão do filho Guy e apostou as fichas na filha Graziela, ainda sem vôo próprio. Canalle, Juvêncio, Levy, Albino, Schimidt, Plínio Martins, Valdomiro Gonçalves, Figueiró, Marcelo Miranda e Italívio não desenvolveram projeto neste sentido. Destaque para Rachid, que encaminhou Flavio, de futuro promissor, e que acabou falecendo ainda novo.
A família Trad, liderada por Nelson, vem apresentando competência na ocupação de espaços na vida pública. O plano visa dotá-los primeiro de preparo intelectual para depois concretizar o batismo nas urnas. Nelsinho vai bem, Marquinhos é o diferencial na Assembléia e Fábio comanda com habilidade a OAB. Outra ação de sucesso foi de Ramez Tebet. A filha Simone trabalhou na Assembléia, elegeu-se deputada e chegou à prefeitura de Três Lagoas. Hoje já se pode dizer que ela tem luz própria, ganhando respeito também como administradora.
Conclusão: se nem sempre filho de peixe, peixinho é, presume-se que qualquer cidadão têm chances de se firmar como líder. O Lula está aí para confirmar!

Manoel Afonso
Comentarista da TV.Record-MS

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