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Artigo: Lembranças de Viagens de Carlos Pulino

Carlos André Prado Pulino é médico oftalmologista em Cassilândia (MS) - 25 de janeiro de 2010 - 08:10

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

SÃO PETERSBURGO

O nome desta cidade compõe-se de três palavras: San, do latim sanctus, que significa santo; Peter, nome alemão do Apóstolo Pedro e burgo, do alemão, que quer dizer cidade. Foi idealizada e fundada pelo czar Pedro, o Grande, em 27 de maio de 1703, sobre a ilha de Záyachiy, às margens do rio Neva, e durante a revolução Russa era chamada de Leningrado. É conhecida como a Veneza do Norte, por suas pontes e seus vários canais. Sua população é de 4.200.000 habitantes.
São Petersburgo situa-se próxima ao circulo polar ártico, por isso, lá ocorrem as chamadas “noites brancas”, com a luz do sol se estendendo pela madrugada.
Soubemos que a cidade foi construída sobre um pântano e como o inverno é muito rigoroso, o chão fica vitrificado, impedindo o sepultamento dos mortos, porque não se consegue abrir novas covas. Guardam-se os mortos até que o solo permita o sepultamento!
Aprendemos também que, em russo, nomes terminados em “sky” são masculinos como Thaikovsky; e nomes terminados em “kaya” são femininos.
Ficamos hospedados num hotel muito grande e bonito, com aproximadamente 1200 apartamentos, uma verdadeira cidade, com tudo que se possa imaginar dentro dele. A guia de turismo que nos acompanhou durante nossa estadia lá - vejam que sorte e que surpresa! - foi uma jovem russa que falava o português muito bem, português de Portugal, pois! Conhecemos locais maravilhosos, que nem imaginávamos existir. Um deles foi o Hermitage, um dos mais célebres e maiores museus de Belas Artes do mundo, composto por cinco edifícios, que abriga mais de 3.500.000 obras de arte. Foi feita uma projeção em computador e ela mostrou que uma pessoa parando 1 minuto para contemplar cada obra de arte, levaria o incrível tempo de 6 anos para completar sua visita. São Petersburgo é a cidade em que viveu e morreu o grande romancista Fiodor Dostoievski. Visitamos sua tumba no cemitério central, como também a do músico Piotr I.Tchaikovshy, Anton Rubinstein, Rimsky Korsakovy, e outros.
As igrejas russas constituem um espetáculo à parte. Têm como peculiaridade as cúpulas em formato de “cebolas”, douradas ou multicoloridas, com o aspecto das mil e uma noites. O espaço interno tem o formato de uma cruz, as paredes são decoradas com ícones pintados, e todo segundo ícone à direita do altar principal, ou seja, na parte ocidental, retrata o santo que dá nome à igreja. Não têm esculturas ou imagens, pois a igreja Russa é católica ortodoxa e não romana. Há muito dourado, a chamada talha dourada, que é a madeira entalhada e recoberta com ouro. Também não possuem bancos para se sentar, assiste-se a todo o ofício em pé, são largas e não tem vitrais. Uma coisa me chamou a atenção: em algumas igrejas, a pintura dos santos estava muito apagada, e nossa guia nos informou que não se retocam ou restauram essas obras de arte porque perderiam a inspiração divina que guiou a mão do artista que a criou. Outra coisa interessante e diferente dos nossos costumes é que não se colocam as mãos nos bolsos dentro da igreja, pois isso lá é um sinal de desrespeito; paras as mulheres, inclusive para as crianças, é desrespeito cabeça descoberta. Usam, portanto, véus, lenços, xales ou touca.
A vida noturna não vai até altas horas, as pessoas costumam se recolher cedo, não só pelo rigor do clima, como também porque as pontes levadiças se erguem a partir de certa hora para dar passagem às grandes embarcações que navegam pelo rio e, assim, interrompem o tráfego.

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