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Artigo: Lembranças de Carlos Pulino

Carlos André Prado Pulino – médico oftalmologista - 21 de novembro de 2010 - 09:17

IGREJA DE NOTRE DAME
Catedral de Paris, uma das mais antigas igrejas góticas da França, cuja construção foi iniciada em 1163 e só foi concluída em 1345. É dedicada a Maria, mãe de Jesus Cristo, daí o seu nome, que significa Nossa Senhora.
Está localizada na Praça Paris, na ilha do Rio Sena que deu início a cidade. É uma construção imponente, encanta os olhos e inspira fé e emoção. Tem 130m de comprimento e 69m de altura.
A catedral tem inúmeras estátuas de santos e pessoas da Bíblia, mas curiosamente, nas laterais e mais ao alto, tem umas esculturas que ninguém sabe ao certo o que significam. São espécies de demônios, parecem de um mundo irreal e, lá de cima, olham pra gente, hora pensativos, hora irônicos, hora acusadores, hora curiosos, mas sempre assustadores, formando figuras grotescas nos pontos mais disparatados e incríveis da catedral. A gente fica até com dor no pescoço por permanecer um tempão olhando pra eles, procurando um novo em algum canto escondido, tentando decifrar sua expressão e adivinhar que intenção realmente teve a pessoa que os reproduziu ali na fachada da igreja. No interior dela, nos encantam os vitrais e imagens.
Esta igreja foi o local da magnífica coroação de Napoleão I pelo papa Pio VII, em 1804. Foi também o local em que o escritor francês Victor Hugo se inspirou para escrever o famoso romance O Corcunda de Notre Dame, cujo personagem central, o corcunda Quasímodo, se apaixona pela bela cigana Esmeralda.
Bem em frente da fachada principal da catedral, no chão da praça, existe um grande marco de cobre, com formato octogonal e com uma inscrição em francês indicando o marco Zero de Paris, e todas as estradas da cidade têm a sua distância iniciada neste ponto.
A praça em que fica esta catedral é também ponto de encontro de vários artistas e vendedores de artesanatos. Na primeira visita que fiz a este lugar, acabei mandando fazer minha caricatura com um dos artistas do local.
Fiquei encantado com um artesão que escrevia nomes e fazia desenhos num minúsculo grão de arroz, depois o colocava em um pequeno frasquinho de vidro contendo glicerina, que era lacrado e pendurado num cordão para ser usado como gargantilha. Mandei fazer dois, um para cada uma de minhas filhas, com os seus respectivos nomes, e elas adoraram a novidade.

IGREJA DE SAINT-GERMAIN-Des-PRÉS
O bairro francês de Saint-Germain-des-Prés, desde sempre, é considerado um reduto onde coabitam pacificamente a vida cultural e a vida artística de Paris. É um local delicioso de se visitar ou simplesmente passear, pois ali tem de tudo um pouco. É, e sempre foi muito freqüentado por boêmios, artistas, intelectuais, músicos, e por uma infinidade de turistas que procuram naquelas ruas a atmosfera mágica para um relax, uma boa conversa, meditação, ou um passeio cultural, em um dos famosos cafés ou livrarias, num dos museus, na universidade, nas ruelas estreitas, na igreja...
E exatamente ali fica a igreja mais antiga de Paris, construída no ano de 1011 ! Ela já foi destruída várias vezes, principalmente devido guerras e também foi, em todas, novamente reconstruída com as mesmas formas austeras e românicas. Do lado de fora ainda podemos ver uma lateral original da igreja, que permaneceu em pé depois de tantas destruições. Ela é pequena, e por dentro é até bem simples perto de outras, mas tem grande valor histórico e ainda abriga o túmulo de Descartes. Reneé Descartes, que assinava seu nome em latim nos trabalhos que realizava -Renato Cartesius - nasceu em Tourenne no ano de 1596. Foi filósofo, físico, e matemático.
Formado também em direito, tentou algum tempo a carreira militar alistando-se nas tropas do holandês Maurício de Nassau, que conhecemos dos livros da história do nosso país.
Descartes é considerado o fundador da filosofia moderna e o pai da matemática moderna, e foi um dos pensadores mais influentes e importantes da história humana. Foi o criador da geometria analítica, explicou o referencial cartesiano, que tem este nome em sua homenagem. A ele se deve: a utilização sistemática das letras X, Y e Z para indicar as incógnitas de um problema, os símbolos que representam o quadrado e o cubo, e os sinais de (+) e (-) para representar operações de soma e subtração. Todo estudante, com certeza, já teve contato com algum assunto, principalmente na Matemática, relacionado a este pensador.
Descartes morreu em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de fevereiro de 1650.
Lá, desde o século XVIII existe um memorial construído em sua honra.
Como ele era católico e estava num país protestante, foi enterrado num cemitério para crianças não batizadas. Só depois, foi levado para a França, enterrado na igreja de Saint Genevieve-du-Mont, em Paris e, atualmente, seus restos mortais repousam nesta Igreja de Saint-Germain-des-Prés.
Lembro que após esta visita, caminhamos sem pressa e sem rumo, apreciando todo o charme deste lugar e depois, sentados num charmoso café, ficamos a toa, jogando conversa fora e apreciando o ir e vir dos moradores locais e dos grupos de turistas. Um fim de tarde realmente de dar saudades...

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