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Artigo - Inteligência Social: a fragilidade dos líderes brasileiros

Por Elisabete Oliveira - 11 de setembro de 2012 - 16:43

De acordo com um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, há uma fragilidade significativa na competência de Inteligência Social entre os líderes do país. Inicialmente falava-se em Inteligência múltipla, inteligência intelectual, depois passou à inteligência emocional e inteligência social, e já se fala em outros tipos de inteligência, dentre elas a espiritual.



Considerando o foco do estudo, minha experiência, infelizmente, reforça os resultados! A verdade é que temos muito a evoluir em vários pontos e em várias dessas capacidades. Com holofotes na inteligência social, vale discorrer sobre o conceito dessa competência, podendo simplificar em duas grandes habilidades.



Empatia: capacidade de compreender os outros; se colocar no lugar do outro; desenvolver pessoas; orientar-se a serviço dos demais; usar a diversidade; percepção política e etc...



Habilidade social: capacidade de influenciar; de se comunicar; de gerenciar conflitos; de catalisar mudanças; colaborar; trabalhar em equipe, entre outros.



A partir de uma analise minuciosa do ambiente organizacional, ainda é muito comum encontrarmos líderes com dificuldades para se posicionarem como tal. Algumas vezes, por pura falta de preparo e em nome de um mercado aquecido, “pular-se” etapas de treinamento e desenvolvimento a fim de atender as demandas.



Outras vezes, a dificuldade passa pela inteligência emocional. Neste cenário, conhecido como autoconhecimento, como conduzir e desenvolver outros se não se tem consciência do próprio funcionamento? A realidade explícita, cada vez mais, afirma que, o autoconhecimento é a chave de uma carreira e vida de sucesso. Simples assim!



Quanto mais consciência a pessoa tem sobre si mesma, melhor e maiores as chances de se fazer autogerenciamento e viver seus valores. De promover auto-observação e entender-se no contexto, seja ele qual for, de ter clareza sobre suas fortalezas e pontos de deficiência. Com um nível maior de maturidade, soma-se a humildade para buscar desenvolver esses pontos, aceitar ajuda, ou mesmo, fazer “trocas saudáveis” com quem é mestre ou possui essas competências melhores desenvolvidas.



Ciente disso, começamos a falar então da inteligência social, onde podemos olhar para o ambiente e ter claro o impacto de nossas ações, o que fazer e estimular a fim de conduzir um time para objetivos comuns. Criar estratégias para formação de culturas de avaliação, feedback, trabalho em equipe, foco no planejamento e tudo o que precisa para sustentar o crescimento e o desenvolvimento de ambientes de trabalhos mais saudáveis.



E saudável é a palavra chave, diretamente associada à inteligência social, pois as consequências podem ser graves e até avassaladoras. Considere por exemplo, o efeito de um líder tóxico. No mínimo as organizações apresentam-se “doentes”. Pessoas estressadas, cansadas física e emocionalmente. Abalos psicológicos e sociais, assedio moral e outros sinais de violência que prejudicam os resultados da organização, podem compromete a vida de todos - internos e externos a aquele ambiente.



Costumo dizer que estamos vivendo um período muito importante na história da humanidade. Temos diferentes gerações dentro da mesma organização, soma-se a isso a era da informação, uma cultura de consumo e competição que é reforçada o tempo todo. Com isso, muitos entram no famoso “piloto automático” e adota a frase “deixe a vida me levar”, sem se dar conta da nossa responsabilidade neste cenário e mais do que isso, da nossa contribuição para esse panorama doente.



O que é anormal passa a ser visto como corriqueiro, como antidepressivo para jovens, - seja ela de qualquer natureza - para dar conta de algo e se manter “falsamente” competitivo no mercado, com pouco questionamento, respeito pelo próximo, capacidade de autoconcentração, valor e consideração pela vida, no sentido mais amplo da palavra.



O cenário é triste, mas precisamos reverter e isso se tornará realidade á medida em que tivermos a consciência de nossas atitudes e ações conosco e para com o mundo. Tenha consciência e promova autoconhecimento e então estará atuando no nível do universo e promovendo mudanças a fim de reescrever modelos reforçados culturalmente e alimentados a cada geração.



Se libertar dessas amarras significa um novo olhar e uma atuação mais consciente, responsável e saudável para consigo mesmo, além do uso inteligente das emoções e das relações sociais. Como está a qualidade de suas relações? E qual a sua parcela de contribuição neste cenário? Boa reflexão e boa semana!



Elisabete Oliveira é consultora na M&S, consultoria de desenvolvimento humano.










O Cassilândianews não se responsabiliza por artigos ou opiniões com autoria

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