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Artigo: ‘ESCOVINHA’....UM AMIGO A MENOS

Manoel Afonso - 26 de julho de 2011 - 12:38

Conceição Paiva, Toinzinho, Dier do Cartório, Valter Andrade ( Açougueiro) e Casquinha (Relojoeiro) eram alguns dos muitos freqüentadores do bar do Izidoro que funcionava ao lado da casa do Divino de Castro, em frente a Sapataria do Vaildo. Ambiente simples, construção antiga de madeira nos fundos da casa do Zequinha de Castro. A mesa de ‘esnoquer’ era disputada pelos ‘cobras’ da cidade. Quem não jogava, fica ‘sapeando’, dando palpites e fazendo provocações sobre política e futebol. Era uma espécie de’ confraria do relax’.

Esses dois assuntos – mais simpatia do Izidoro e sua cerveja gelada funcionavam como atrativos maiores da clientela. Querendo saber as novidades dos bastidores da política e do dia a dia da cidade, bastava passar por lá, principalmente no período da tarde.

Izidoro não escondia seu lado político: defensor ferrenho da UDN, foi um dos baluartes na campanha do dr. Antônio e Zé Ancelmo contra o Liquinho. Aliás, ele foi Secretário da Educação do Município e teve atuação satisfatória, embora não tivesse cursado uma faculdade. Tinha senso apurado e sabia ouvir conselhos e ponderações dos mais preparados na matéria.

Passada essa fase, o Escovinha montou outro bar na Cooperativa Habitacional, marcando época pelo estilo e padrão de servir. Funcionários públicos, profissionais liberais, comerciantes e gente de todas as idades eram os freqüentadores. Seu bolinho de arroz apimentado era o ‘tal’. Impossível rejeitar uma cerveja ou refrigerante após uma mordida nesta iguaria gratuita. Esse era o segredo comercial do Izidoro, que envolveu habilidosamente a família neste empreendimento que marcou época na cidade.

Filhos crescidos, a idade chegando e Izidoro entendeu ter cumprido bem sua missão de pai e provedor. Mas o inesperado acabou ocorrendo e veio a doença. Seis anos de sofrimento, sob os olhares e afagos de sua família amorosa, dedicada e exemplar até o último suspiro.

Não fui visitá-lo enfermo. Aprendi que os homens – na sua maioria – não gostam de serem vistos debilitados. Fiquei com aquela imagem original: alegre, falante e bem popular. Embora pobre e simples, era generoso, preocupado com as causas sociais, uma referência positiva na comunidade, da qual ele era apaixonado. Foi embora o ‘danado’ do Escovinha...deixando a gente aqui por enquanto. E fica combinado: qualquer dia a se gente se encontra. Certo?

Manoel Afonso

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