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Artigo: Eleições municipais... E os recursos?

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 17 de dezembro de 2007 - 09:20

Eleições municipais... E os recursos?



Está chegando 2008, ano das eleições municipais, as primeiras depois da onda de escândalos políticos como o valerioduto, a propina, o caixa dois, os dólares na cueca e outros. Em outubro, o Brasil escolherá os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Pelo menos em tese, são os agentes públicos mais acessíveis ao eleitor, pois exercem sua atividade no próprio município, enquanto os demais atuam nas capitais. A proximidade ao povo faz a importância do cargo pois, como se diz, "ninguém mora na União ou no Estado, mas no município". Prefeitos são os prestadores da maioria dos serviços públicos e os vereadores, fiscais do povo.

É comum, nessa época, surgirem os planos de governo, muitos deles sabidamente mentirosos. Os potenciais candidatos enumeram todos os problemas da cidade, tanto os grandes quanto os pequenos, e prometem resolvê-los, como num passe de mágica, se forem eleitos. A palavra fácil exerce o encantamento do eleitor, depois transformado em desencanto, no descumprimento das promessas. Vem daí boa parte da má fama dos políticos!

Deveria ser proibido, a qualquer candidato ou cabo eleitoral, prometer obras ou serviços públicos sem revelar clara e verdadeiramente de onde retirarão os recursos para a execução. Todo plano de governo, por mais provisório, deveria começar pela previsão de arrecadação do município porque, sem dinheiro, nada se faz. Quando os recursos vierem de empréstimos ou repasses do Estado e da União, isso também deveria, obrigatoriamente, ser citado. Ainda mais: vereador não executa obra e, portanto, não tem como prometê-la; se o fizer, estará mentindo...

O processo político-eleitoral brasileiro lucraria muito se houvesse um deputado federal ou senador corajoso a ponto de propor uma lei impeditiva das promessas irresponsáveis de campanha. Elaborando-a, talvez perdesse alguns apoiadores, mas ganharia o respeito do povo, que deixaria de ser enganado pelos estelionatários eleitorais. Se esse valente não existir, bem que a Justiça, que ultimamente tem se encarregado de medidas desagradáveis, mas necessárias à nação, proteladas pelos políticos, poderia cuidar disso.

Temos a esperança de que, mesmo antes de qualquer lei ou despacho judicial nesse sentido, a imprensa, valendo-se de sua vanguarda, poderá adotar como norma, perguntar aos candidatos, de onde é que eles pretendem tirar o dinheiro para cumprir as promessas feitas na hora de conquistar o voto. Os contumazes mentirosos, não vão gostar, mas o povo ficará imensamente grato. Pode começar aí, uma verdadeira revolução moral para a importante classe (dos políticos) que, mercê de seus desatinos, virou símbolo de palavrão nesse país.


Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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Dados do Autor:

Dirceu Cardoso Gonçalves – tenente-PM

RG nº 5301.573-SP

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