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Artigo de Rogério Tenório de Moura: educação

Rogério Tenório de Moura - 07 de fevereiro de 2008 - 06:52

O QUE VOCÊ SUGERE PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA?

Ninguém escapa da educação, não há prática social na qual estejamos mais duradouramente inseridos que a educação, individual ou coletivamente, em instituições ou através de veículos de comunicação.
Consultando um dicionário latim-português aprende-se que educação é originada de EDUCATIO, que no seu sentido próprio significa ação de criar animais, alimentar, e no sentido figurado significa educação, instrução.
A educação, partindo de tais premissas, é uma coisa social que cumpre, assim, suas obrigações ao manter os indivíduos “alimentados e protegidos” para que vivam e cumpram com suas funções dentro da sociedade.
A atual organização da educação institucional brasileira é arcaica, subproduto de uma era que já não existe. O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e a qualificação profissional, cada vez mais lenta em comparação com a dinâmica das relações comerciais e industriais deste novo milênio, apelidado por muitos como: “A Era da Informação”. Informação esta que não é escassa como outrora, ao contrário, é abundante, portanto o desafio do cidadão deste novo tempo é saber selecionar o que é relevante para sua realidade específica.
Faz-se salutar que não estamos a fazer, aqui, apologia à educação tecnicista, mas deve-se ressaltar que enquanto geradora de dividendos sociais, e também consumidora deles, a educação institucional tem o dever de reproduzir conhecimento aplicável e mensurável diante de contextos pragmáticos.
A própria dinâmica das mudanças sociais e econômicas deste novo milênio, a obrigatoriedade do Ensino Fundamental e a progressiva democratização do acesso ao Ensino Médio, sugerem o aumento da pressão social por mais vagas no Ensino Superior ou, ao menos, Profissionalizante.
Diante do exposto, o redesenho do sistema educacional brasileiro é imprescindível. Os desafios são imensos. Além de se expandir e de periodicamente questionar-se, o sistema deverá tornar-se mais flexível para atender as reais necessidades da sociedade. Portanto, sugere-se:
• critérios mais rigorosos para a abertura e reconhecimento de cursos, tanto de graduação quanto tecnológicos, e criação de comissões permanentes de verificação in loco que façam vistorias não agendadas;
• avaliação anual de rendimento discente por escola prevendo vantagens às escolas melhor qualificadas por município, como maior participação na distribuição dos recursos do Fundo de desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB); e pseudopunições às piores, como obrigatoriedade de formação continuada do corpo docente e elaboração de projetos de ensino por área do conhecimento.
• diminuição do número de matrículas por sala, visto o trabalho de professores de algumas disciplinas específicas ser prejudicado pelo alto número de alunos por turma, tais como Língua Portuguesa, no que tange ao ensino de redação, pois o trabalho extra-sala exige do professor tempo do qual a maioria não dispõe e nem é remunerada condizentemente para cumpri-lo. Ressalte-se que nossa intenção é propor medidas aplicáveis, seriamos, portanto, utópicos em propor a melhoria de condições salariais para que todos os docentes deste país pudessem passar menos tempo em sala de aula e mais tempo dedicando-se às demais práticas pedagógicas;
• período integral em toda a Educação Básica, o que não significa necessariamente mais disciplinas na grade curricular, mas sim a criação de maior vínculo da escola com a comunidade por meio da abertura de cursos profissionalizantes livres, tanto para os alunos quanto para seus pais, práticas desportivas diversas, orientação vocacional, acompanhamento psicopedagógico e encaminhamento ao primeiro emprego;
• incentivos fiscais às empresas que contratarem alunos encaminhados pelas escolas ao primeiro emprego, tomando-se, naturalmente, as devidas precauções para que tal prática não se transforme em um mecanismo para se usurpar os cofres públicos.

Rogério Tenório de Moura
é licenciado em Letras pela UEMS,
especialista em Didática Geral
e em Psicopedagogia pelas FIC.

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