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Artigo: De quem depende o crescimento produtivo?

Alexandre Fonseca Prado - 26 de março de 2009 - 18:36

Ao longo dos anos, expressões como “desenvolvimento”, “crescimento” e “competitividade” sempre estiveram presentes no dia-a-dia dos grandes jornais, políticos e população em geral. Quando do início da chamada globalização, especulava-se, há algum tempo, o grau de desenvolvimento a que países nela inseridos poderiam alcançar. Depois de mais de uma década, o discurso ainda é o mesmo, sem que no entanto sejam levadas em consideração o crescimento de uma sociedade e sua relação com a força produtiva estabelecida nela.
Karl Marx escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847): “As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. Quando Marx fez esta observação, a Europa passava por transformações que, mais tarde, influenciariam todo o mundo: o modo de produção passaria do manufatureiro para o industrial, ou seja, a produção artesanal, para consumo próprio e vendas escassas seria substituído pelo modo de produção industrial, em larga escala buscando uma nova plataforma de vendas e comércio.
Quando Marx cita a necessidade de se buscar uma sociedade interligada às forças produtivas, o filósofo alemão quer dizer que as sociedades têm de se organizar e buscar gerar a sua independência produtiva, uma independência que gere a distribuição do que é produzido e dos ganhos advindos desta atividade para que haja de fato uma transformação. Transformações nos campos social, econômico, político, ambiental e outros geram uma sociedade reforçada em sua identidade e características próprias.
Pois o que estamos observando em Cassilândia é justamente a antítese do que pregou Marx. Ao invés de uma organização em torno dos interesses da cidade, o que estamos observando é uma confluência de virtuosismos que só vem a atrapalhar o processo de crescimento da sociedade Cassilândia. Quando Marx prega o termo “forças produtivas” ele se refere ao que é e pode ser produzido pelo trabalho das pessoas e dos governantes. A sociedade atual é composta de Executivo, Legislativo e Judiciário. Quando os poderes não se entendem, quando criam motivos para se desentender, quem perde é a população que deles depende.
Para aumentar nossas forças produtivas precisamos trazer indústrias para nossa cidade, de forma que gerem emprego e renda e fortaleçam o comércio local. O que ocorre é que empresa alguma se instala em uma cidade cuja instabilidade entre os poderes é visível a todos. Qual a garantia que podemos dar a estes empreendedores de que tudo aquilo que oferecemos será de fato respeitado, se sequer podemos ofertar-lhes a estabilidade da cidade? São questões que devem ser refletidas quando se iniciam crises de denuncismo, por exemplo.
Mais do que nunca, o que Marx defendeu há cento e sessenta e dois anos ainda pode ser tirado como lição importante, sendo que somente a união entre executivo e legislativo é que pode mudar a realidade de Cassilândia. E essa união depende, apenas, de um entendimento de que as questões da população estão, sempre, acima das questões partidárias e políticas.






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