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Artigo: Como é o homem que sai de 2012 e entra em 2013?

Dennis SHG Meneses* - 19 de dezembro de 2012 - 17:17

Estamos nos aproximando de mais uma passagem de ano. Como de costume, essa época traz consigo todos os rituais conhecidos por nós, desde a infância. Fecha-se um ciclo, abre-se outro. Reflexões sobre ano que se finda. Planos para o ano que se apresenta. Ciclo esse cheio de pequenos ciclos, como os meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Fato é que nenhum segundo por viver será igual a algum segundo vivido. Assim acontece com os demais ciclos.

A sensação proporcionada pelos ciclos da vida faz-nos parecer que há sempre um novo início. Essa é a parte mais interessante. A figura geométrica que representa o círculo não tem início ou fim. É provável que esse jeito de ver a vida se instaurou com a invenção do relógio analógico, onde o ponteiro marca o tempo, passando sempre pelo mesmo lugar. Porém, se olharmos atentos, a cronologia da vida ela está mais para uma linha reta, onde os eventos sucedem-se um após o outro.

No entanto, mesmo que reflitamos incansavelmente sobre a decorrência do tempo, a sensação de um novo início deve permanecer. Se nos apercebermos dessa sensação, na realidade, podemos até tirar proveito dela. A perspectiva do inicio de algo, em geral, traz consigo novo ânimo e motivação. A ideia de que o novo trará consigo surpresas agradáveis tem grande impacto em nosso modo de agir e sentir. Podemos assim, utilizar esse “gás” extra, para impulsionar nossas ações quando iniciamos novos ciclos.

Mas como as especificidades do homem se encaixam nessa dinâmica? Como é o homem que sai de 2012 e entra em 2013?

As lutas e reivindicações das mulheres, por igualdade legal e social, afetaram direta e indiretamente a forma como os homens se colocam na sociedade. A legalização do divórcio e, recentemente, a facilitação deste, trouxeram novas possibilidades as configurações familiares. A luta no mercado de trabalho, cada vez mais acirrada, leva a um futuro cada vez mais incerto.

Fica evidenciado o impacto de tantas mudanças, na vida do homem, quando ouvimos deles frases que remetem a um passado glorioso e saudosista mesclada com a falta de referência na atualidade. Os novos adventos nas relações sociais entre homens e mulheres o deslocaram para um outro lugar. Que lugar é esse?

Talvez esse seja o engano. Achar que há um lugar onde o homem, finalmente se encontre e ali permaneça estagnando, com algo que lhe pareça bem definido. A vida é dinâmica. Os ciclos da vida são dinâmicos. Mesmo porque o homem vive em constante interação com o meio, com os outros, e por ela ele é afetado. A sensação que me vem, por diversas vezes no consultório, é que os homens levaram um esbarrão em direção ao vácuo, e ai, nesse lugar, se imobilizaram.

Há novos desafios? Sim, como sempre houve. Tudo que se fecha, abre-se para o novo. E isso acontece a cada momento. Do futuro só há previsões e expectativas. Do passado o aprendizado e as experiências. E não perdem, de forma alguma, sua importância. O passado e o futuro orientam intensamente a maneira como vivemos o presente. Mesmo que a vida seja uma linha cronologicamente reta, que os ciclos elevem em picos de motivação e esperança o nosso modo de viver o presente.

Olhemos nós, homens, em nossas diferenças com as mulheres e, em nossas diferenças entre nós mesmo homens como serem que vivem a caminhar. Quiçá a busca dos homens por encontrar um lugar único onde possam se sentir homens transforme-se na possibilidade de visitar vários lugares sem que, necessariamente, se perca esse sentimento.

Fecha-se o ano de 2012. Abre-se o ano de 2013. Na linha da vida está por vir mais um ciclo e que esse seja tão bem vivido como devem ser vividos cada ciclo.


por Dennis SHG Meneses*, Psicólogo de Abordagem Gestáltica - CRP 12/09809, membro do corpo clínico da Ictus Homem - Saúde Integral Masculina

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