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Artigo: Casal Nardoni... Evidências e convicção

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 09 de novembro de 2009 - 07:16

A negativa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, suspeitos de terem atirado do sexto andar a filha dele, Isabella, de 5 anos, é pelo menos curiosa. Supostamente o DNA determinado pela Justiça seria de interesse de sua defesa, que coloca dúvidas sobre os exames feitos no sangue coletado no local do crime. Quando negam a amostra, ambos podem estar dificultando o trabalho da própria defesa e até externando a impressão de não quererem a comparação, talvez com a certeza de que o resultado levará à comprovação de sua culpa. No entanto, segundo o promotor Francisco Cembranelli, mesmo sem o sangue, haverá condição de fazer o confronto a partir das amostras de cabelo e mucosa bucal.

A brutal morte da criança e, principalmente, a suposta autoria, chocam a opinião pública. O Estado, através de seus instrumentos – polícia, Ministério Público e Justiça – deve à sociedade uma solução convincente do caso. Mais do que a conclusão, espera-se o encontro e comprovação da materialidade do crime. A dúvida não interessa a ninguém. Espera-se que, sem demora se produzam luzes e não reste a mínima possibilidade de condenação de inocentes ou absolvição de culpado.

No caso da pequena Isabella, há um vasto material especializado colhido na cena do crime que, cruzado, certamente levará os peritos, os técnicos e as autoridades que atuam no caso a conclusões seguras e, finalmente, à decisão correta e justa. Diferente dos crimes praticados pelos esquemas organizados que, além do crime, também planejam e executam o desmonte de cenários e provas e ainda coagem testemunhas, nesse a polícia e seus órgãos tiveram acesso a todo o palco da tragédia imediatamente após sua ocorrência, quando pouco ou nada poderia ter sido mudado.

Somos de opinião que os elementos até agora colhidos - provas periciais levantadas com equipamentos sofisticados, os depoimentos do casal e testemunhas, o material produzido pela defesa - já devem ser suficientes para o convencimento das autoridades sobre quem e por que matou Isabella. Tudo poderá ser feito com segurança, sem prejulgamentos e nem linchamentos, como manda a boa regra legal. A comunidade, mesmo impactada, não tem interesse direto na condenação ou absolvição do casal. Mais importante é a sociedade ser plenamente convencida e saber cientifica e tecnicamente se realmente são ou não eles os autores do odioso crime. Se comprovado, que recebam a mais justa pena e se eventualmente restar comprovado não serem, que se encontre o verdadeiro criminoso e dele se faça a devida cobrança penal.

O Judiciário e o Ministério Público têm atuado rigorosamente no caso. Tanto que, além de suspeito, o casal é mantido preso. Agora, o que o Brasil espera é pela conclusão do caso, longe de táticas recursivas e outros problemas que podem desviar o foco do principal. Só interessam duas coisas: a certeza da verdade e o apenamento dos culpados, independente de quem sejam eles...



*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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Dados do Autor:

Dirceu Cardoso Gonçalves – tenente-PM

RG nº 5301.573-SP

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