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Artigo: As máfias que roubam a Saúde

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 06 de julho de 2011 - 09:52

É desalentadora a notícia de que o governo pagou aos hospitais, entre 2007 e 2010, a importância de R$ 14,4 milhões, para custear 9 mil internações de pacientes que não existiram, pois já estavam mortos. Adverte o ministro José Jorge, do TCU (Tribunal de Contas da União) que o rombo poderá ser ainda maior, pois podem haver casos de fraudes ainda não identificados. Além de internar defuntos, as quadrilhas podem também ter inventado cirurgias e exames caros para os pacientes vivos. Um rio de dinheiro que sai dos cofres públicos para custear procedimentos inexistentes ao mesmo tempo em que milhares de cidadãos efetivamente necessitados acotovelam-se nas filas em busca de atendimento.

Felizmente o TCU está agindo nesta frente, ao mesmo tempo em que o Ministério Público e a Justiça apuram, prendem, processam e punem os maus administradores que há anos desviam os recursos públicos de hospitais, ambulatórios e outros serviços de saúde. É antiga a prática de superfaturar serviços mediante a desculpa de que as tabelas e verbas oficialmente estabelecidas são insuficientes para a cobertura dos custos. O cotidiano revela a conivência de administradores de órgãos públicos que fizeram vistas grossas ao procedimento criminoso e até aconselharam dirigentes de entidades hospitalares a superfaturar. O expediente criou condições até para que dirigentes e pessoas a eles ligadas por laços de parentesco ou proximidade metessem a mão no cofre, como têm apurado as recentes operações policiais e judiciárias que ultimamente tem levado para a cadeia os fraudadores do sistema.

Protegidos pelas máfias do avental branco e da filantropia, corruptos de engravatados e de nome pomposo e influente têm enriquecido em todos os quadrantes do pais com o desvio do dinheiro que poderia diminuir o sofrimento e até salvar a vida de milhares de pessoas, especialmente as de baixa renda, que não podem pagar pelo tratamento. As últimas ações do Ministério Público, Polícia Federal e Justiça, levando esses indivíduos para a cadeia, mesmo que seja por apenas um dia ou por horas, vem ao inteiro agrado da população e daqueles que querem o bem do país e um pouco de justiça social. Espera-se que, agora, essas quadrilhas sejam exemplarmente compelidas a devolver tudo aquilo que roubaram do sistema público de saúde. Infelizmente, não será possível devolver a vida àqueles que podem ter morrido pela falta dos recursos roubados mas, certamente, outros não morrerão.

Todo cidadão de bem quer ver essa gente punida rigorosamente. Que jamais tenham condições de voltar a delinqüir na área da Saúde e que o custeio de hospitais, ambulatórios e todos os serviços seja baseado em tabelas reais e permanentemente fiscalizados quanto à efetiva execução. O governo tem de pagar por todos os serviços de sua responsabilidade, mas todos aqueles que usarem artifícios para receber sem prestar o serviço, além de devolver as quantias roubadas, merecem apenas um lugar: a cadeia...





Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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