Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quarta, 24 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Artigo - A padroeira do Brasil

* Felipe Aquino - 11 de outubro de 2006 - 08:52

Em 1717, depois de uma pescaria frustrada no rio Paraíba do Sul – perto de Guaratinguetá (SP) –, três pescadores puxaram a rede e colheram o corpo de uma estátua de Nossa Senhora da Conceição. Logo depois, encontraram a cabeça. Surpreendentemente, em seguida, Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso testemunharam farta pescaria. Impressionados com o ocorrido, permitiram que a imagem circulasse entre as casas dos fiéis, que a veneravam.

Alguns fatos extraordinários chamaram a atenção dos párocos locais. Entre eles, o do escravo que teve suas correntes subitamente rompidas enquanto implorava proteção a Nossa Senhora Aparecida, ocorrido por volta de 1790 e relatado pelo Pe. Claro Francisco de Vasconcelos em 1838 (Júlio J. Brustoloni, A Mensagem da Senhora Aparecida, Ed. Santuário, Aparecida, SP, 1994).

O pároco, então, decidiu construir para a Santa Mãe uma capela capaz de satisfazer ao crescente número de devotos da Virgem. A capela foi substituída por outra maior em 1745, no morro que tomou o nome de “Aparecida” (hoje cidade de Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba). Em 1846, foi iniciada a construção de templo mais vasto, que ainda hoje subsiste. Em 1980, foi concluída monumental basílica, alvo de peregrinações numerosas durante o ano inteiro.

A coroação de Nossa Senhora Aparecida, com a participação do Sr. Núncio Apostólico Dom Júlio Tonti, do representante do Presidente da República, do Episcopado do Brasil Meridional e de grande multidão de sacerdotes e fiéis, aconteceu em 8 de setembro de 1904.

O Papa Pio XI, atendendo a um pedido da hierarquia e dos fiéis, proclamou Nossa Senhora Aparecida a Padroeira principal de todo o Brasil. Em 16 de julho de 1930, Sua Santidade publicou: “... Por conhecimento certo e madura reflexão nossa, na plenitude de nosso poder apostólico, pelo teor das presentes letras, constituímos e declaramos a mui Bem-aventurada Virgem Maria concebida sem mancha, sob o título de ‘Aparecida’, Padroeira principal de todo o Brasil diante de Deus... decretamos que as presentes letras estejam e permaneçam sempre firmes, válidas e eficazes, surtindo seus plenos e inteiros efeitos”.

Em 31 de maio de 1931, o Brasil foi solenemente consagrado a Nossa Senhora Aparecida pelo Cardeal D. Sebastião Leme, na presença do Presidente da República e de numerosas autoridades religiosas, civis e militares na cidade do Rio de Janeiro.

Desde a descoberta milagrosa da imagem de Nossa Senhora, o povo brasileiro jamais deixou de prestar a Virgem Aparecida um culto de profunda veneração e respeito. São incontáveis os milagres narrados pelo povo. A sala dos milagres da Basílica é testemunha desses fatos.

A devoção do povo a Nossa Senhora Aparecida ultrapassa qualquer análise teológica, sociológica e psicológica. Especialmente aos domingos, desde a primeira missa celebrada (5h30), a Basílica já está lotada, e assim permanece por todo o dia.

Todo 12 de outubro, dia de sua Festa, mais de cem mil pessoas de todo o país passam pela Basílica e voltam realizadas e alimentadas em sua fé. Para os que crêem, nada há de supersticioso, fantasioso ou crendice vazia nesses fatos, mas é uma realidade transcendente que está plenamente de acordo com o Evangelho. Como sua última dádiva aos cristãos, Jesus deixava a Sua Mãe para ser a Mãe dos cristãos; Mãe na ordem espiritual, protetora, intercessora, advogada, medianeira de todas as graças diante do seu Filho divino.

No “Canto do Magnificat”, Maria profetizara que “todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!”. E isso acontece no Santuário de Aparecida, Lourdes, Guadalupe, e em muitos outros espalhados pelo mundo. É apenas o cumprimento dessas realidades espirituais.



* Prof. Felipe Aquino é teólogo e apresentador dos programas Escola da Fé e Trocando idéias, na TV Canção Nova (www.cancaonova.com)

SIGA-NOS NO Google News