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Artigo: A nobre arte de servir

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - 24 de janeiro de 2011 - 08:33

A tragédia comove e mobiliza a população para a ajuda humanitária. Empurrados pelo impacto dos fatos e, principalmente, pela cobertura midiática, autoridades, instituições e pessoas solidárias, enviam donativos e realizam trabalhos iniciais de socorro, ações que, no momento, confortam, amenizam as dores e o sofrimento. Mas, assim que o problema sai das manchetes, muitos esmorecem e sequer cumprem o mínimo prometido. Emagrecem a ajuda anunciada de milhões e a prestação de serviços que resolveriam os problemas das regiões afetadas. Isso se tornou um círculo vicioso.

Os governos, que arrecadam impostos da população, e as autoridades – eleitas ou de carreira - têm o dever de agir para a solução dos problemas. São elas as detentoras das verbas públicas e do poder de destiná-las. Mas, infelizmente, a maioria só é movida pelo empuxo da desgraça e, logo depois, parece esquecer de tudo. Sobram, então, as ONGs sérias e entidades da sociedade civil cujos idealizadores e investidores doam recursos e, muitos deles o seu trabalho pessoal. Ao contrário das arapucas que políticos e espertalhões costumam montar para se locupletar com verbas governamentais, felizmente existem as organizações que, na medida de suas limitações, fazem um profícuo trabalho de resultados.

Como país novo e de desenvolvimento recente, se analisado sob o lapso histórico, o Brasil tem graves distorções físicas e estruturais a serem solucionadas. O regime de águas fartas vivido nas últimas décadas demonstra flagrantemente que as áreas urbanas e urbanizadas carecem de uma grande e geral revisão. Para conter a mortandade e o sofrimento de todos os anos, há de se desenvolver programas sérios e continuados que retirem os moradores das áreas de risco, recomponham a cobertura vegetal das encostas e das margens dos rios, liberem as várzeas e destinem adequadamente toda a forma de lixo produzida tanto pelo povo quanto pela atividade econômica. É uma tarefa gigantesca que, infelizmente, até agora, não recebeu a devida atenção. Com isso, todos os dias, o país morre um pouquinho.

Além dos órgãos governamentais, a sociedade também tem suas obrigações. Muitas empresas e empresários que aqui fizeram suas fortunas e ainda ganham sua vida, além da própria atividade econômica, são conscientes e já fazem o trabalho social. Mantêm instituições de inclusão cultural, de apoio médico-hospitalar, de difusão educacional, social e outras. São as Apaes, Santas Casas, orfanatos, asilos e estruturas particulares como o Instituto Olga Kos Trambich (São Paulo), que, fazem aquilo que os governos não têm conseguido e, com isso, tornam a sociedade mais sustentável.

Empresários e altos executivos dão exemplos. Além dos recursos investidos na obra social, também dão um pouco de si, realizando pessoalmente as ações sociais. Estes encontram-se um passo à frente dos demais. Aplicam aquilo que podem e recebem o benfazejo reconhecimento dos assistidos, na maioria das vezes não verbalizado, mas sempre contido em seus desejos e pensamentos positivos.

O país não é só do governo e das autoridades. Cada empresa, entidade ou pessoa física tem seus direitos e suas obrigações para com o conjunto da sociedade. Servir é a mais nobre das virtudes sociais. Pensem nisso e... mãos à obra...



Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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Dados do Autor:

Dirceu Cardoso Gonçalves – tenente-PM

RG nº 5301.573-SP

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