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Articulado e irônico, Beira-Mar critica acusação

Aline Queiroz e Nadyenka Castro, Campo Grande News - 10 de novembro de 2009 - 14:29

Durante o interrogatório feito esta manhã pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar demonstrou que é bem articulado e dono de um português quase que exemplar. Com ironias, o interno do presídio federal de Campo Grande critica a mídia e disse ter virado “alvo”.

Em resumo, aos jurados, Beira-Mar admitiu "sou traficante", mas negou o assassinato.

“Meu nome hoje em dia vende jornal”, afirma Beira-Mar em relação à reportagem feita por um veículo de comunicação do Paraná que o acusa de manter plantações de maconha em Guaíra (PR).

Segundo o traficante, em qualquer esquina no Paraguai, na fronteira com Mato Grosso do Sul, as pessoas conseguem comprar drogas e armas. “Não precisa plantar para ter o produto lá”, completa.

O juiz também apresentou uma reportagem na qual o jornal paraguaio ABC Color traz suposta confissão de Beira-Mar em relação ao assassinato de João Morel, crime ocorrido em 21 de janeiro de 2001, pelo qual Luiz Fernando da Costa é julgado hoje.

Beira-Mar se nega qualquer participação na morte e garante que não existem provas. “A Luana Piovani, se colocaram que sou pai de um filho dela, sou o pai sem nem fazer o teste de DNA”, ironiza.

Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de João Morel, morto a golpes de chucho dentro do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande.

Odair Moreira da Silva, o “Marreta” condenado e solto pelo crime, é apontado como executor do homicídio. Segundo a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), Beira-Mar pagou uma chácara de R$ 42 mil, uma quantia ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e R$ 2 mil foram enviados à CPA (Colônia Penal Agrícola) como "pagamento" pelo crime.

A propriedade rural, supostamente localizada no Bairro Coophavila, seria para que o pai de Marreta morasse. Beira-Mar disse ao juiz que o próprio MPE pediu para ver se a chácara existe e nada foi provado.

“Acontece alguma coisa no Brasil e é o Beira-Mar. Passados alguns dias vem o secretário de segurança e diz que não tem provas. Até provar que focinho de porco não é tomada vai tempo”.

Morel é apontado com um dos líderes da atividade criminosa em Coronel Sapucaia. A briga pela liderança do tráfico, na região, que faz fronteira com o Paraguai, teria sido o motivo do crime. Beira-Mar já foi condenado por outros crimes.

Forte esquema de segurança foi montado para o julgamento. São 250 policiais e até um helicóptero na operação para levar o preso da penitenciária federal ao Fórum.

Beira-Mar chegou com um comboio da Força Nacional e do Depen (Departamento Nacional do Sistema Penitenciário) e o helicóptero sobrevoou a área até a entrada do traficante ao Fórum.

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