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Argentina quer mudar regras do Mercosul

Benedito Mendonça / ABr - 05 de novembro de 2004 - 13:21

O governo argentino, refletindo pressão do setor empresarial, fez algumas propostas ao Brasil no sentido de mudar regras do Mercosul, de modo a proteger a indústria do país. A informação foi dada hoje pelo diretor do Conselho Superior de Relações Exteriores da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa, em entrevista à Rádio Nacional AM. Ele está na Argentina, onde participa de uma reunião com empresários para discutir questões comerciais e o impacto da reeleição do presidente George W. Bush na América Latina.

Segundo Barbosa, o setor industrial daquele país sente-se pressionado não só por mudanças estruturais, como a desvalorização da moeda, mas também por desajustes setoriais que incluem o grande e rápido aumento das importações de outros países, especialmente do Brasil.

"Eles também estão querendo algum tipo de código de conduta das multinacionais por causa da disputa entre os países para abertura de novas empresas, investimentos novos e o comportamento das filiais nos países", destacou o embaixador. Para ele, essa posição "é um problema delicado, porque se choca com as regras do Mercosul". Barbosa disse que, em alguns setores, isso está afetando as exportações brasileiras, sobretudo da chamada linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa), e de televisores.

Sobre as exportações brasileiras, o embaixador adiantou que, em função das cotas fixadas em alguns setores, o volume se manteve estável. "Nós continuamos a exportar dentro do que foi previsto e não estamos é aumentando as nossas exportações", disse.

Para Barbosa, em outros setores, o fato de o Brasil ter deixado de exportar para a Argentina não significou que as empresas argentinas supriram essa falta no mercado interno. "As empresas argentinas não estão bem equipadas ou com competitividade", argumentou o embaixador. Segundo ele, "houve um desvio de comércio em alguma parte dessa não-exportação brasileira e que foi substituída por importações do Chile e do México".

No entendimento de Barbosa, a posição brasileira é muito clara e isso é "inaceitável". "Nós não podemos aceitar dentro do Mercosul que haja restrições para nossas exportações e que a parte que não foi exportada seja importada de outros países não membros do Mercosul", afirmou.

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