A área plantada com soja em Mato Grosso do Sul deve diminuir em 12% na safra 2005/06 comparada com esta, segundo acredita o presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Ross.
Segundo ele, de 2.060.000 hectares plantados deve cair para no máximo 1,8 milhão, devido à situação de descapitalização do produtor rural. Este foi o segundo ano consecutivo que a estiagem provocou grandes perdas em lavouras do Estado e além disso os preços de mercado estão aquém dos do ano passado. Outro fator importante é que o plantio foi feito com insumos comprados quando o dólar estava ao custo de R$ 3,20 e hoje o câmbio está a R$ 2,36.
“Não temos nenhuma dúvida de que a área plantada vai cair, o produtor está sem dinheiro e não consegue arranjar mais crédito. Boa parte desta área que foi incorporada para soja por arrendatários será devolvida”, afirma.
Outra tendência é que os transgênicos ocupem 50% da área plantada na próxima safra, sendo que 20% da área total deve ser daqueles regularizados pelo governo e os outros 30% de piratas.
A economia por hectare com as variedades geneticamente modificada, porém, não é mais tão grande. Na safra passada era de R$ 200,00 e agora caiu a R$ 100,00, segundo Carmélio. Um dos principais fatores é o compromisso do governo federal em liberar a compra de 27 componentes de agroquímicos do Mercosul, especialmente Paraguai onde os preços são cerca de 50% menores que os brasileiros. Isso se explica pela carga tributária muito menor e margem de lucro também mais apertada entre as fabricantes do País vizinho.