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Arábes: Brasil quer recuperar espaço perdido no comércio

Mylena Fiori / ABr - 09 de maio de 2005 - 09:05

O Brasil quer recuperar o espaço perdido nas relações comercias com os países árabes nos últimos dez anos, depois da primeira Guerra do Golfo. Em 1990, a corrente de comércio com o Oriente Médio era de US$ 5 bilhões, com déficit brasileiro de US$ 2,89 bilhões. O intercâmbio comercial caiu pela metade ao longo daquela década, chegando, em 1999, a US$ 2,5 bilhões. O fluxo voltou a crescer lentamente a partir do ano 2000, fechando 2004 em US$ 5,9 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 1,37 bilhões.

Considerando-se o intercâmbio com os 22 países da Liga Árabe, o volume de trocas também atingiu seu ápice em 1990, com US$ 4,19 bilhões e déficit de US$ 2,26 bi para o Brasil. O fluxo oscilou nos 10 anos seguintes, chegando a 2000 em US$ 4,38 bilhões (a balança comercial continuava deficitária para o Brasil em US$ 1,38 bilhões). Em 2003, pela primeira vez a corrente comercial entre Brasil e árabes ultrapassou a casa dos US$ 5 bilhões, saltando para US$ 8,1 bilhões no ano passado.

Os principais produtos embarcados para os árabes em 2004 foram açúcar, carne de frango e de gado congelada, minérios de ferro, trigo, e óleos brutos de petróleo. Além dos produtos tradicionais, a pauta de exportações diversificou-se em 2004. Segundo dados da CCAB, houve 236 novos produtos passaram a integrar a pauta de exportações à Liga, que conta com aproximadamente 1900 itens.

O Brasil vendeu desde ônibus (US$ 29 milhões) a produtos de confeitaria (US$ 5,9 milhões). Segundo levantamento da CCAB, praticamente todos os estados brasileiros (exceção de Acre e Sergipe) exportaram produtos para os países árabes em 2004, com destaque para São Paulo (US$ 1,6 bilhão), Rio Grande do Sul (US$ 515 milhões), Paraná (US$ 497 milhões), Minas Gerais (US$ 336 milhões), Espírito Santo (US$ 308 milhões) e Santa Catarina (US$ 170 milhões), que corresponderam juntos a 88% das exportações à Liga.

Os principais destinos de produtos brasileiros foram Arábia Saudita, que absorveu 20% do total exportado à Liga ou US$ 825 milhões (o país é grande importador de carne de frango, carne bovina e minério de ferro do Brasil), Emirados Árabes Unidos (com US$ 706 milhões, especialmente em importações de açúcar e carne de frango brasileiros), Egito (US$ 623 milhões), Marrocos (US$ 348 milhões) e Argélia (US$ 348 milhões). De acordo com o MDIC, 1.005 empresas brasileiras exportaram para os 22 países da Liga árabe em 2004 – destas, 184 eram estreantes, sendo grande parte delas de pequeno e médio porte

A pauta de importações continuou bastante concentrada em 2004. O petróleo responde por 75% das vendas árabes para o Brasil (US$ 3,011 bilhões). Outros itens importantes são óleo diesel (US$ 375 milhões) e naftas para a petroquímica (US$ 344 milhões). Os produtos são oriundos, principalmente, da Argélia (US$ 1,9 bilhão), Arábia Saudita (US$ 1,2 bilhão) e Iraque (US$ 473 milhões).

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