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Apreensões de crack mais que triplicaram em um ano no BR

Marco Antonio Soalheiro , Agência Brasil - 24 de junho de 2009 - 16:58

Brasília - O avanço do consumo de crack em capitais e cidades médias brasileiras, apontado por pesquisadores e autoridades policiais, é um dos principais desafios a serem enfrentados pelas autoridades nacionais no combate às drogas ilícitas. O Relatório Mundial sobre Drogas 2009, lançado hoje (24) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), constatou que num intervalo de um ano triplicaram as apreensões de crack no Brasil, em mais um indicativo do aumento de consumo, reportado pela Agência Brasil por meio de matérias especiais em março deste ano.

Em 2006, foram apreendidos 145 mil quilos da droga e, em 2007, esse total chegou a 578.060 quilos.

“O crack realmente está incomodando muito e chamando muita atenção. O Ministério da Saúde está alerta, os órgãos de repressão estão em cima também e nós estamos dando destaque ao tema em todas capacitações que promovemos com a sociedade”, admitiu o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchôa.

Para o representante do Unodc no Brasil, Bo Mathiasen, o maior desenvolvimento sócioeconômico dos últimos anos, associado ao atrativo mercadológico do crack, ajuda a explicar o aumento do consumo da droga no país. “O crack é mais barato, sim, e vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química”, assinalou Mathiasen.

A Polícia Federal (PF), por sua vez, destacou que o aumento das apreensões de crack e das próprias da substâncias químicas utilizadas para fabricação da cocaína refletem uma melhor eficácia das políticas de repressão em curso. O crack explodiu no Brasil, segundo a polícia, pela dificuldade crescente de se comercializar a cocaína.

“Não havendo possibilidade de produzir o cloridrato de cocaína, começou a ingressar pela nossa extensa fronteira de selva pasta base para ser transformada em crack, num modo simples para a venda a varejo no Brasil. O Estado brasileiro deve ampliar o esforço de conscientização dos potenciais consumidores e manter uma política de repressão sem tréguas”, explicou o diretor do departamento de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon.

Não há no Brasil política oficial específica de combate ao crack. A Secretaria Nacional de Antidrogas (Senad) acredita que o principal elemento para prevenir os jovens contra o consumo de crack e de outras drogas é um engajamento cada vez mais efetivo no trabalho de prevenção por parte de diversos atores sociais, como familiares, professores, religiosos e outros formadores de opinião.

“Nosso grande sonho é que o nosso jovem pudesse dizer não às drogas, mas não por medo da polícia. Que ele diga não com informação, maturidade e responsabilidade”, disse o general Uchôa.

A Senad disponibiliza o telefone 0800-5100015 para auxiliar cidadãos e repassar orientações médicas e psicológicas a respeito da dependência química.

Edição: Lílian Beraldo

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