Em assembléia no final da tarde desta segunda-feira, dia 11, agentes penitenciários oficializaram o início de um processo que pode agravar a crise nos presídios de Mato Grosso do Sul. Em votação, a categoria definiu o índice de reajuste a ser reivindicado ao governo: 58% de reajuste, sendo 33% de reposição das perdas salariais dos últimos 5 anos e 25% de aumento real. A proposta deve ser repassada nesta terça-feira, dia 12, para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública e, caso as negociações não avancem como os agentes esperam a ameaça é de greve geral.

O presidente do sindicato da categoria, Fernando Anunciação, classificou a reivindicação como coerente. “Acreditamos que o governador (André Puccinelli) está sensível aos nossos problemas e a prova disso está na forma como vem falando sobre o assunto nos últimos dias. Mesmo polêmicas, as declarações do governador refletem um problema”, disse. O governo terá um prazo de 15 dias para responder à categoria. “Depois disso vamos negociar a greve”.

O objetivo dos agentes é aproximar as condições com os trabalhadores de outros estados onde a remuneração é melhor e a quantidade de agentes maior. Anunciação cita como exemplo o Paraná onde, segundo ele, os vencimentos de um agente penitenciário chegam a R$ 2,6 mil. Em Mato Grosso do Sul os salários são de R$ 1,3 mil para início de carreira. “E já acumulamos cinco anos sem reajuste”, pondera.

Quanto ao aumento de pessoal, Anunciação explica que a categoria está contemplada porque houve concurso no ano passado e o governo tem chamado novos agentes de forma gradativa. Hoje, são 110 em formação. “O governo fez o compromisso de chamar mais 110 e de abrir novo concurso no segundo semestre”.