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Após renúncia, deputados esperam retomar ritmo

Agência Câmara - 22 de setembro de 2005 - 08:23

Ao comentarem nesta quarta-feira a renúncia do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, deputados de diferentes partidos chegaram à mesma avaliação: é preciso, agora, superar as crises políticas e retomar o ritmo normal de trabalho da Câmara. Os líderes dos partidos de oposição acreditam que a renúncia de Severino pode representar o momento de recuperação da credibilidade da Câmara.
De acordo com o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a saída de Severino é uma oportunidade para que a Câmara volte a responder aos anseios da população. “É necessário discutir matérias importantes para o nosso País”, completou.
O deputado Claudio Cajado (PFL-BA) acredita que, para recuperar a imagem do Parlamento, não basta a saída de deputados acusados de irregularidades. “É preciso, também, votar os projetos de interesse do País; a escolha do novo presidente da Câmara será fundamental nesse sentido”, observou.
Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a Câmara vive um momento triste. “Agora, precisamos construir uma unidade para que a Casa volte a funcionar normalmente e tenha a sua pauta de votações agilizada, sem prejuízo das investigações”, ressaltou.

Solidariedade
Na avaliação de Benedito Dias (PP-AP), não é hora de “jogar pedras” em Severino, mas de trabalhar pela Nação. “Severino fez seu papel, pois agiu com independência”, afirmou. O parlamentar, um dos fiéis aliados de Severino na Câmara, reconhece que não havia clima político para a permanência do ex-presidente, mas destaca que ele representava a esperança de muitos deputados.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) deu um voto de solidariedade a Severino, seu colega de partido. “Os progressistas compreendem o momento por que ele passa”, afirmou. Segundo o parlamentar, as investigações em curso na Câmara devem ser concluídas o mais rápido possível. “Assim, poderemos voltar à normalidade e aprovar leis de interesse de todos”, ressaltou Barros.
Já o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), afirmou que Severino fez uma escolha correta e racional. “Se ele continuasse no cargo, o sofrimento dele, dos seus familiares e da Câmara se prolongaria”, argumentou.
Coriolano Sales (PFL-BA) disse que o episódio da renúncia foi histórico. “Este caso há de servir de lição, pois o presidente de qualquer Poder Legislativo tem o dever de ser isento na relação com o Executivo”, ponderou.

Sucessão
O líder do PPS, Dimas Ramalho (SP), afirmou que nenhuma renúncia de parlamentar é motivo para comemorações. “Este é o momento de discutir o futuro; o próximo presidente deve defender a Câmara, e não a oposição ou o governo”, argumentou. Segundo ele, também é necessário dar seqüência às atuais investigações.
Fernando de Fabinho (PFL-BA) pediu, aos líderes de bancadas, que encontrem um candidato à presidência capaz de resgatar a credibilidade da Câmara. “Deve ser um nome suprapartidário, com uma agenda positiva para a Casa”, argumentou.
Na avaliação de Marcelo Ortiz (PV-SP), a sucessão não pode ser conduzida com individualismo. “O novo presidente deve ser um nome de consenso, com trânsito entre todos os partidos”, ressaltou.
Luciana Genro (PSOL-RS) disse que não apóia nenhum dos candidatos cogitados para a sucessão de Severino. “Infelizmente, há muitas pessoas sob suspeita na Casa”, lamentou.
Já para o deputado Paulo Lima (PMDB-SP), o futuro presidente da Casa deve ser eleito num ambiente de união em torno dos projetos de interesse do Brasil. “Temos que avançar nesse sentido, pois estamos aqui para servir ao povo”, ressaltou.

Renúncias e punições
O deputado Orlando Desconsi (PT-RS) disse que não gostaria de ver um parlamentar renunciando a cada mês. “Não podemos aceitar que deputados denunciados por falta de decoro ou improbidade renunciem para manter seus direitos políticos; é importante acabar com essa farra”, disse ele.
Chico Alencar (PT-RJ) disse que Severino não tinha mais condições políticas de presidir a Câmara. “Porém, não concordo com esse procedimento de os parlamentares renunciarem antes das investigações; essa não é a melhor prática política”, salientou.
Para o deputado João Fontes (PDT-SE), a Casa passa por um momento de depuração, mas a renúncia de Severino foi apenas uma etapa desse processo. “É fundamental, também, cassar todos os deputados envolvidos em irregularidades”, pediu.

Responsabilidades
Na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), a responsabilidade pelos últimos acontecimentos deve ser debitada ao PFL e ao PSDB. “Esses partidos elegeram Severino para tentar impor uma derrota ao governo e ao PT; mas, como ele não tinha condições de ocupar o cargo, isso iria gerar problemas cedo ou tarde”, afirmou.
Mas o líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), refutou a tese de que a oposição é a responsável pela crise. “Isso é apenas uma teoria conspiratória do PT”, afirmou. Segundo ele, o importante agora é superar o episódio da renúncia e retomar o ritmo de trabalho normal da Casa.

Reportagem - João Pitella Junior e José Carlos Oliveira
Edição - Regina Céli Assumpção

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