Depois do afastamento do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi a vez do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, colocar seu cargo à disposição. Ele encaminhou carta entregando o cargo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após prestar depoimento na Polícia Federal – de onde saiu indiciado pelos crimes de violação de sigilos bancário e funcional, segundo informou a Folha Online.

Mattoso admitiu ter pedido a assessores o extrato do caseiro Francenildo Costa – que desmentiu Palocci na CPI dos Bingos, ao afirmar que viu o ex-ministro em uma casa alugada por pessoas que trabalharam como assessores, e onde seriam realizados negócios entre lobbistas e festas com prostitutas. Em nota, o presidente da CEF negou ter sido responsável pelo vazamento dos dados bancários, informando estar convencido que “nenhum empregado da Caixa deu causa à divulgação indevida, atuando nos estritos limites da legalidade”.

O presidente da CEF disse, ainda, que teve acesso a informações sobre movimentação atípica na conta de um cliente na condição de diretor do banco. Mattoso encaminhou a informação ao Coaf, comunicando o fato à autoridade superior à qual a Caixa está vinculada – no caso, o Ministério da Fazenda. Eximindo-se das responsabilidades, o presidente da Caixa informou que pôs o cargo à disposição para “resguardar a imagem institucional da Caixa” e “na certeza de que, ao final, tudo será devidamente esclarecido”.