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Após carona, advogado é ameaçado de morte

Bruna Girotto - 17 de setembro de 2014 - 14:28

Após carona, o advogado Leandro foi ameaçado de morte (Foto: Cassilandia.net)
Após carona, o advogado Leandro foi ameaçado de morte (Foto: Cassilandia.net)

O advogado Leandro, que atua na LF Advocacia, em Cassilândia (MS), passou por um momento de sufoco ontem (16) após sair de uma audiência em Itajá (GO).

Ao Rotativa no Ar, de hoje (17), ele contou os minutos de tensão que passou ao lado de dois homens, após oferecer uma carona, na saída de Itajá.

"Após realizar uma audiência em Itajá, no trevo, tinham 2 rapazes pedindo carona. Eu percebi que já tinha visto um deles. Não me recordava onde. Disse que estava indo para Cassilândia", contou.

Quando os dois homens entraram, Leandro colocou o processo em cima do porta luva e andou uns 3km. Então, eles falaram que eram do Maranhão, que precisavam ir embora para lá, e que precisavam ir embora por Itarumã. Leandro disse que a rota estava errada então, pois ele estava indo para Cassilândia.

"Ao mesmo tempo, eu percebi que o passageiro do banco de trás, foi chegando para o meio do banco, para o meu lado. Percebi algo errado. O da frente parecia que já tinha visto. Eles disseram que precisavam ir para Itarumã. Foi quando na primeira subida, eles anunciaram o assalto", contou Leandro.

Segundo o advogado, eles anunciaram o assalto e colocaram um revólver em sua barriga. "O da frente estava com um revólver. Eu não sei se era um 22 ou um 38. Eles disseram que era um assalto e não era. Porque não queriam a camionete. Queriam ir até Itarumã, que tinham dois colegas esperando lá", disse.

Leandro pediu que eles levassem a camionete e o deixassem ali. Os homens perguntaram quanto de dinheiro Leandro tinha, ele respondeu R$250. "Fiz o retorno para Itajá e falei que a camionete não chegaria a Itarumã, e que precisaria abastecer antes. Eu percebi que o passageiro do banco de trás estava muito nervoso. Devia ter uns 18, 19 anos e algumas tatuagens", afirmou o advogado.

Então, os homens ordenaram que Leandro parasse no posto e colocasse R$50. No posto, Leandro não poderia sair de dentro da camionete, e não poderia demonstrar nada. "Porque se eu demonstrasse ou alertasse, eu morreria", contou.

"Dirigi ao posto do Claudionor e o frentista veio. Sempre quando eu passo no posto eu brinco com todo mundo. E neste momento eu não brinquei. E o frentista percebeu. O vidro estava aberto só até a metade. Quando saiu para Itarumã ele disse, você pode pisar, porque estamos com pressa", revelou Leandro.

Durante o trajeto, o rapaz de trás sempre foi ameaçando Leandro de morte. Ele dizia 'vamos matar ele logo, vamos levar a camionete'. Então, Leandro disse que começou a chorar e pediu para não morrer, porque tinha família.

O rapaz da frente, no entanto, era sempre frio. "Ele dizia: 'não vamos fazer nada com ele não, ele é gente boa, é advogado'. O que me causou estranheza foi que o rapaz da frente disse: 'nós sabemos que o senhor é advogado; é advogado na Câmara de Chapadão do Céu; nós trabalhavamos na usina de Chapadão do Céu; estamos indo embora para o Maranhão. Ontem o senhor veio de Chapadão do Céu, né? Então, o senhor passou, nós estávamos no trevo de Chapadão do Céu. E eu conheci o senhor. E hoje quando o senhor foi para Itajá, estávamos no posto fiscal de Cassilândia pedindo carona. Nós estamos indo embora para Maranhão, e os nossos colegas estão esperando em Itarumã", disse Leandro.

Quando passaram o trevo no Itajá, o homem da frente pediu para que Leandro parasse a camionete. "Ele desceu e fez uma ligação. E voltou. Disse para eu pisar. Nisso, eu pisei. Quando passou a ponte do Rio Corrente, tem uma estrada de terra, que vira a direita e a esquerda. Chegando lá, ele disse para eu diminuir e virar à direita. Ali eu pensei: agora eu morri mesmo. Ele falou que a 300 metros ia ter um carro preto, que era para eu dar balão e parar atrás do carro. Disse que lá, um colega estaria esperando eles. Era um carro preto, placa de Costa Rica. Dei o balão, parei atrás. O rapaz de trás dizia para me matar logo", revelou.

Leandro contou ainda: "Na hora que eu desci, e o da frente desceu, os companheiros do carro, já vieram bravo e disseram: 'Você está louco. Nós não somos bandidos. Você pegou uma pessoa. Você está fazendo uma loucura'. Aí, o de trás deu uma coronhada na minha nuca e ainda resolveu fazer uma 'piada': 'agora vamos embora e você fica aí advogadinho, com 200 reais no bolso. De pobre, basta nós!"

Eles mandaram Leandro ficar meia hora parado. E ameaçaram: "Se o senhor sair, a gente sabe que o senhor trabalha na Câmara de Chapadão do Céu. Não procure alertar ninguém. Nem chamar a Polícia".

Leandro decidiu não registrar boletim de ocorrência do fato.

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