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Após 60 anos separados, irmãos se reencontram em Dourados

Vinícius Squinelo, Campo Grande News - 05 de novembro de 2013 - 07:07

Geraldo entre seus irmãos Agapito e José; reencontro após 60 anos separados (foto: A. Frota)
Geraldo entre seus irmãos Agapito e José; reencontro após 60 anos separados (foto: A. Frota)

A Prefeitura de Dourados através do Cras (Centro de Referência em Assistência Social) do distrito de Vila Vargas promoveu nesta segunda-feira (4) o reencontro de irmãos que não se viam há mais de 60 anos. A ação teve apoio do Creas do município de Bela Vista. Geraldo Ifran, morador no distrito de Vila Formosa, saiu de casa aos 20 anos e nunca mais voltou. Hoje está com 82 anos.

O reencontro só foi possível porque Geraldo dependia de auxílio da Secretaria de Assistência Social de Dourados. Idoso e sem qualquer recurso financeiro, ele passava por dificuldades e precisou receber benefícios sociais. As assistentes sociais decidiram então fazer uma investigação e descobriram que a família dele ainda residia em Bela Vista, de onde Geraldo havia saído há mais de meio século.

A coordenadora do Cras de Vila Vargas Janete Franco, em contato com a coordenadora do Creas de Bela Vista Selma Ocampos, organizou o encontro, que aconteceu nesta segunda feira em Vila Vargas, em um momento de muita emoção. Geraldo reencontrou os dois irmãos Agapito e José Ifran, mais novos que ele, e duas sobrinhas.

O reencontro ocorreu durante um almoço, com a presença de várias pessoas envolvidas no caso, entre elas representantes do Conselho do Idoso, da Secretaria de Assistência Social e do vereador Madson Valente. No local a família teve a oportunidade de conversar bastante para ver o que vai acontece de agora em diante. Os irmãos de Geraldo querem levá-lo de volta, mas ele ainda estava em dúvida se aceita ir embora de Formosa.

Os familiares acreditavam que Geraldo estivesse morto e para eles foi um choque muito grande quando souberam da notícia. Os irmãos afirmaram ter sido momento de muita emoção porque eram bastante unidos quando crianças. Geraldo disse que ainda tinha esperança de rever a família, mas não tinha forças para procurar. “Esse reencontro foi coisa de Deus mesmo”, disse ele, ainda emocionado.

A psicóloga do Cras Gracielle Finco, que acompanha o aposentado junto com a assistente social Marilda Dias Medrado, lembra que promover reencontro de famílias não é um trabalho típico do Cras, mas, “como nós trabalhamos com o fortalecimento de vínculos familiares, nada mais gratificante do que reatar este vínculo após um isolamento de tantos anos”. O Cras seguirá acompanhando o idoso com visitas periódicas e assistência.

Ao todo, o Cras de Vila Vargas faz acompanhamento frequente de 210 famílias em área rural, que são as consideradas de maior vulnerabilidade. “Como temos muitos sítios, nosso trabalho é de visitas às casas, muitas a 50 km de distância”, afirmou a psicóloga sobre o trabalho desenvolvido no local.

A unidade ainda tem cadastrado como referência a um número maior de pessoas, já que abrange o Panambi, Panambizinho, Indápolis, Vila São Pedro, Macaúba, Vila Fomosa e Guassu. A unidade foi instalada há cinco meses pelo prefeito Murilo e há três começou a acompanhar o caso do aposentado que reencontrou a família.

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