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Após 36 anos, filha entregue para adoção reencontra mãe biológica

Luana Rodrigues, Campo Grande News - 03 de setembro de 2015 - 14:48

O reencontro de Flaviana e Izabel ocorreu na 5ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: Pedro Peralta)
O reencontro de Flaviana e Izabel ocorreu na 5ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: Pedro Peralta)

Emoção, alegria e ansiedade eram tão grandes que quase não couberam na sala da 5ª Delegacia de Polícia Civil na manhã de hoje(03). Apesar da sala pequena, o aperto mesmo estava no coração da funcionária pública Flaviana Miranda da Silva de Sá de 36 anos.

Ela tinha acabado de nascer, quando a mãe Izabel Melgarejo dos Santos, 53 anos, decidiu entregá-la para adoção, porque não tinha condições de criar a filha.A espera de mais de 30 anos acabou ontem(02), quando em apenas 15 minutos, a polícia avisou que mãe e filha poderiam se reencontrar já no dia de hoje.

Foi Flaviana que procurou a investigadora Maria Campos para localizar a mãe Izabel há um ano. Mas ela tinha informações incorretas sobre a mãe, por isso as investigações não foram para frente.

Mas há alguns dias, a curiosidade do filho de sete anos fez seu coração se encher de saudade de alguém que ela nem se lembrava. "Meu filho me perguntou qual era a diferença de um filho adotivo, eu expliquei e ele me perguntou onde estava a outra vó, eu disse que não sabia mas um dia iamos conhecê-la", contou.

Apesar de todo carinho e amor recebido da mãe adotiva, a funcionária pública decidiu que precisava conhecer a mãe que lhe deu a vida e fez novas buscas. Com a ajuda da mãe adotiva e do marido, Flaviana encontrou uma Carteira de Trabalho da mãe biológica e ontem, por volta das 9h entregou o documento nas mãos de Maria Campos.

Cerca de 15 minutos depois, a investigadora já havia conseguido o endereço de Izabel e o reencontro foi marcado para hoje. "Eu não tive medo, não tive raiva, fiquei foi feliz por ela querer conhecer a mãe. Essa menina foi um presente que Deus me deu, e agora vai ser presente para nós duas, ela é inteligente, esforçada, só me dá orgulho", disse Ana Lúcia da Silva, 85 anos, a mãe adotiva de Flaviana.

"Fiz a coisa certa" - Izabel não conteve a emoção ao chegar na sala da delegacia. Chorou e quase foi vencida por um desmaio, mas a vontade de abraçar a filha a manteve firme. "A sensação é a mesma que tive na primeira vez que peguei ela no colo", disse emocionada a mãe biológica.

Na época em que teve que deixar a filha, Izabel tinha 16 anos. Era o ano de 1979, e ela trabalhava como empregada doméstica em uma casa em frente de onde Ana Lúcia morava. O medo de perder o emprego por causa da criança, fez com que ela procurasse a mulher. "Ela me procurou e disse que precisava de alguém pra ficar com a filha. Eu perguntei três vezes e ela repetiu as três que não tinha condições de ficar com a menina. No dia que ela nasceu, na porta do hospital, meu coração não teve dúvidas e eu mesma fiquei com o bebê", disse Ana.

Flaviana agora tem duas mães e oito irmãos, três por parte de Ana Lúcia e outros cinco filhos de Izabel, que se casou e construiu outra família. "Eu sempre pensava nela, peço perdão, mas realmente não tinha condições de criar ela naquela época. Hoje, vendo ela assim, sei que fiz a coisa certa", considera Izabel.

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