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Após 33 anos, Rigo descobre que era servidor no RS
Quase 33 anos após deixar o cargo de engenheiro agrônomo na secretaria de Agricultura gaúcha, o deputado estadual Ary Rigo (PDT) descobriu que ainda fazia parte do quadro de servidores do Rio Grande do Sul.
O pedetista é o atual primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, está no sexto mandato como deputado estadual e já foi vice-governador.
O emprego e a demissão fazem parte de uma requintada história de capricho da burocracia do serviço público que só veio à tona por acaso, quando o deputado que completou 60 anos em novembro resolveu contar o tempo de serviço para a aposentadoria. Quando recebeu a averbação (termo técnico para a contagem), Rigo descobriu que nunca foi demitido pelo governo gaúcho.
Rigo começou a trabalhar na secretaria de Agricultura do RS como técnico agrícola em 1964; cinco anos depois, assumiu o cargo de engenheiro agrônomo na mesma pasta. Em 1972, Rigo decidiu pedir afastamento de suas funções por dois anos sem remuneração para tentar a sorte no então sul de Mato Grosso. Acabou ficando e nunca mais voltou para o emprego público no Sul. Só que o governo gaúcho esqueceu de exonerá-lo em 1974, quando venceu a licença não remunerada e ele deveria se reapresentar ao posto. Ele diz não ter recebido o salário no período.
Nunca recebi, também não trabalhava, contou o deputado.
A exoneração só saiu no Diário Oficial do RS no último dia 15, retroativa a 1º de março de 1974.