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Após 'sumiço' de quatro anos, gabinete de número 24 reaparece no Senado

Correio do Estado - 01 de fevereiro de 2019 - 10:30

Após um sumiço de quatro anos, a numeração 24 voltou a aparecer em um gabinete do Senado. O local será ocupado pelo ex-deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que toma posse no Senado nesta sexta-feira (1º).

Há quatro anos o Senado abrigava a manifestação implícita de preconceito contra homossexuais. A numeração exposta nas portas dos gabinetes começava no 1 e seguia a sequência numérica lógica até chegar ao 23. Daí, sem explicação, pulava para o 25.

A plaquinha de número 24 -que por ser o número associado ao veado no jogo do bicho é usado há décadas como muleta para manifestações discriminatórias contra homossexuais- havia sumido entre o final de 2014 e o início de 2015.

Funcionários do novo gabinete afirmaram que a plaquinha 24 voltou há alguns dias, pouco depois de a Folha de S.Paulo publicar reportagem contando a história, mas disseram não saber de quem partiu a decisão.

O Senado diz não ter nenhum registro oficial sobre o porquê de o número haver sido suprimido.

O gabinete de número 24 foi usado até 2014 pelo senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). Após ele ter trocado para outro, naquele ano, assumiu a vaga o senador Dário Berger (MDB-SC), 62, de cujo gabinete partiu o pedido de mudança da numeração, do 24 para o 26 (o gabinete fica no lado par do corredor).
Berger não quis se manifestar sobre o assunto quando a Folha de S.Paulo o procurou para saber os motivos do pedido de 2014.

O Senado também não se manifestou, oficialmente, mas o presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), que encerra seu mandato nesta sexta, se disse surpreso com o sumiço do número 24.

"Eu, sinceramente, não encontro justificativa para que a numeração não seja seguida. Nem o Senado nem ninguém pode dar guarida a qualquer tipo de discriminação, contra quem quer que seja", afirmou, na ocasião.

Presidente da Casa à época da retirada da placa, Renan Calheiros (MDB-AL) também disse que "nunca" soube da troca, afirmando que esse tipo de coisa não é assunto que chegue à cúpula da Casa.

"Pelo amor de Deus, jamais essa discussão chegou no Senado. Eu não sou preconceituoso, não", disse Renan, que é candidato a presidir novamente a Casa no biênio 2019-2020.

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