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Apesar da concorrência de marcas, "produtos de vó" nunca saíram do mercado

Campo Grande News - 26 de julho de 2014 - 13:35

Apesar das marcas famosas e internacionais, os “produtos de vó” nunca saíram das prateleiras dos supermercados. Mesmo com a concorrência dos que garantem até o rejuvenescimento, ao que tudo indica, Água de Colônia, Leite de Rosas, a linha Alma de Flores e o hidratante Nívea em potinho de latinha, têm uma clientela fiel. No dia da avó, comemorado em 26 de julho, o Lado B foi conferir o que e por quê quem é mãe duas vezes usa e não abre mão.

Sócia-proprietária da rede de supermercados Pires, Elaine Pereira de Oliveira Benitez, de 32 anos, revela que este é o tipo de produto que não pode faltar. "Nossos clientes são apegados a eles. Eu não posso nem mudar de local, tem cliente que vem todo santo dia no mercado e quando está em falta eles me avisam, olha meu sabonete em casa está acabando, você não vai comprar mais?", descreve Elaine.

Entre a lista da preferência não só dos idosos, mas de adultos acima dos 40, 50 anos, estão, além da linha Alma de Flores, os produtos Avanço e o sabonete Senador. "E não é pelo preço, porque eles não são baratos. O sabonete Alma de Flores por exemplo, é mais caro que o Palmolive, é quase R$ 5 e não pode faltar, é tradição, já faz parte do dia deles", completa.

No mercado o que não pode faltar é Leite de Rosas, Alma de Flores e Sabonete Senador.
No mercado o que não pode faltar é Leite de Rosas, Alma de Flores e Sabonete Senador.

O apego a esses produtos já vem de anos, por bem dizer décadas. A aposentada Idelfonsina Carrilho Almoas, fez aniversário recentemente e ao completar 75 anos, a maioria dos presente foram produtos de beleza e higiene. Entre os cremes e sabonetes de "grife", lá estava o Alma de Flores. Quando falta o sabonete preferido em casa, ela logo pede a um dos 12 netos, que bem sabe que não adianta enfeitar muito. O negócio é a simplicidade do produto que está aí, em todos os mercados.

"Eu sempre usei, porque eu achei que fosse o melhor. É isso e o creme Nívea, mas eu não sou muito de produto não. Eu gosto de creme e sabonete", fala.

A senhorinha ainda é vaidosa e logo que a gente chega, vai passar batom vermelho para sair bem na foto. As mãos estão hidratadinhas e se reconhece o cheirinho de longe. Vem do creme Nívea, aquele de potinho de lata ainda.

Os cabelinhos brancos venceram a guerra da tintura e ela decidiu os deixar assim há 6 anos. "Mas quando eu fizer 80, vou pintar", brinca. "Isso se eu chegar lá". Coisas que toda avó diz. A cor das mechas é o que dá a aparência de vózinha à dona Idelfonsina, que é mais ativa que muito jovem por aí. "Eu faço ginástica lá no Vovó Ziza, yoga e hidroginástica, só no frio que eu não vou muito não", se justifica.

Na loja de roupas e ateliê de costura, dona Hercy Milani Bortoletto, faz o desmanche de uma peça de roupa com um creme Nívea do lado para hidratar as mãos. De óculos, cabelo cinza quase azuladinho, a senhorinha com cara de avó já tem 77 anos e oito netos. Paulista, com uma breve passagem pelo Sul, ela acumula 50 anos vividos em Campo Grande.

Entre os produtos de beleza, estão até alguns modernos para manchas e ácidos receitados pelo médico, mas o hidratante é o da embalagem azul e branca e para o rosto, Leite de Rosas. "Eu uso quando passo maquiagem para tirar, quando eu vou numa festa, coisa assim", explica Hercy.

Os produtos de vó, ao que tudo indica, devem continuar nas prateleiras e nas penteadeiras pelos próximos anos. Afinal, mais que clientela fiel, eles têm deixado marcado há anos, o cheirinhos das vovós.

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