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Apenas 11 cidades cumprem meta de Ministério da Saúde

Jacqueline Lopes / Campo Grande News - 10 de novembro de 2004 - 08:47

Algumas cidades de Mato Grosso do Sul têm cumprido a determinação do Ministério da Saúde. Cesáreas são feitas somente em último caso.
Tacuru, por exemplo, município a 422 quilômetros de Campo Grande, é um deles. Dos 113 partos registrados no primeiro semestre deste ano pelo SUS (Sistema Único de Saúde), apenas 12 foram cesáreas.
Um número considerado bastante animador, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria em Mato Grosso do Sul, Rubens Trombini. O Ministério da Saúde exige que seja no máximo 30% de cesáreas, número que deve cair a 25% em 2005.
Dos 77 municípios de Mato Grosso do Sul, apenas 11 cumprem a meta do Ministério da Saúde de que até 30% dos partos podem ser cesáreas. Em Tacuru, apenas 10% dos partos no primeiro semestre foram cesáreas. Já em Alcinópolis, 70% de cirurgias em partos foram registradas.
As cidades que cumprem a determinação do Ministério da Saúde são: Água Clara 30% , Antônio João 29.7% , Aral Moreira 22.4%, Coronel Sapucaia 26.1%, Douradina 18.9%, Japorã 25%, Nioaque 31%, Paranhos 26.2%, Ponta Porã 28.3%, Porto Murtinho 30.7% e Tacuru 10%.
A questão cultural que enaltece as cesáreas pode ser um dos fatores desta realidade, segundo a psicóloga com formação holística e um currículo com cursos no Brasil, Europa e Estados Unidos, Muriel Medeiros Chaves.
“Infelizmente, a pratica errônea de partos normais traumatizou algumas mulheres que acabam desaconselhando outras”, diz a especialista. Por isso, o grande número de mulheres que optam pela cesárea. “Muitas foram dilaceradas por profissionais desumanos”, afirma.
Para Muriel Chaves, a qualidade da gestação e o parto normal adequado são componentes fundamentais para a saúde da mãe e filho. Além dos benefícios físicos causados pelo “boom” de hormônios que invadem o organismo feminino no momento das contrações uterinas o aspecto psicológico faz do laço maternal uma proteção afetiva para o resto da vida. A tese científica que fez o Ministério da Saúde mudar regras e incentivar desde 2000 os partos normais encontra gargalos baseados no modo cultural.
Para Trombini, na rede pública de saúde é preciso avaliar como tem sido feito o pré-natal, pois segundo o pediatra, depende do acompanhamento gestacional a preparação para o parto normal.
“O sucesso do parto normal está ligado ao pré-natal. Um período importante para a mãe e o médico criarem elo de confiança”, diz Trombini.
Mas, como a toda regra há exceção, o especialista faz ressalva dizendo que a cesárea pode vir a ser feita caso seja apresentado algum risco em relação ao parto normal.
“São poucos os casos que as mães querem normal e depois o bebê nasce em cesárea. Se houver uma relação de confiança entre a mãe e o médico não há problema, pois a cirurgia pode ser feita se houver necessidade”, diz.
Na contra mão das exigências do Ministério da Saúde, que priorizam o parto normal, nos primeiros seis meses deste ano, o município de Costa Rica, a 330 quilômetros da Capital, fez, em 122 partos, 81 cesáreas. “Casos como este fazem a gente refletir sobre o pré-natal. Por que tantas cesáreas?”, questiona Trombini.
Já cidades como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá são apontados como centros de atendimento a gestação de risco. Isso implica maior número de cesáreas, já que há o acúmulo de pacientes do interior, onde não existe a especialidade.

Campo Grande - No primeiro semestre a cesárea foram 758 casos a mais de cesárea do que de normal - 2.662 partos normais e 3.420 cirurgias.

Corumbá – 724 partos normais e 521 cesáreas

Dourados – 750 partos normais e 566 cesáreas

Três Lagoas – Foram 405 partos normal e o mesmo número de cesáreas

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