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Aos 88 anos "Doutor Astúrio" viveu a emoção de fazer o parto da 1ª tataraneta

Thailla Torres, Campo Grande News - 19 de abril de 2017 - 10:17

Médico ao lado da família e a tatareneta no colo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Médico ao lado da família e a tatareneta no colo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Doutor Astúrio é um médico cheio de garra aos 88 anos. Ganhou admiração da família e despertou o carinho de muitos pacientes em uma relação que vai além do profissionalismo. Mas nesta semana ele dividiu com a família algo bem particular, a felicidade de trazer sua primeira tataraneta ao mundo, assim como fez com as filhas, netas e sobrinhas.

Médico ginecologista e obstetra em Ponta Porã, Astúrio Marques já trouxe muito paciente a esse mundo. Por telefone é tímido e sucinto nas palavras dizendo da felicidade de continuar trabalhando. "Não é qualquer dia que a gente tem a sorte de ver nascer uma tataraneta. É quase raro né. Mas estou muito feliz, é uma satisfação muito grande", resume.

Formado em Medicina no Rio de Janeiro, começou atuar como médico em Ponta Porã em 1955. A neta, Chayana Marques, é quem narra os motivos que fizeram do avô um profissional tão admirado.


"Ele é muito solícito. Sempre foi um médico daqueles que atende, independente se paga uma consulta dele ou não. Onde eu vou na cidade, tem uma pessoa que comenta sobre seu Astúrio e sempre tem alguém que já passou pela mão dele", conta a neta.

Extremamente lúcido e forte, Astúrio ainda é daqueles médicos que visita o paciente em casa. Idade também nunca foi um desafio para ele, que ainda faz plantão no hospital e atende os pacientes todos os dias. "Ele gosta muito de trabalhar. Nunca teve isso de não ter tempo para atender. Se precisar cobrir um médico, ele faz, se precisar fazer uma cirurgia ele também faz. Nada o impede", diz Chayana.

Para quem não é da família, o carinho com Astúrio é chamá-lo de avô. "Todo mundo aqui chama ele assim, porque a verdade é que ele fez e ainda faz parte da geração de muita gente".

A entrega de Astúrio e a dedicação não o deixa largar a profissão e aposentadoria é um sonho distante. "Ele sempre acha que não é é protagonista de história nenhuma, que só faz o trabalho dele e pronto. Tanto que a família nunca cogitou pedir para ele parar, porque seria até um egoísmo nosso. É na Medicina que ele se realiza".

Aos 60 anos, a filha Titi Marques, descreve com emoção o reconhecimento do pai de todos os lados. "Já houve situações de mães colocarem o nome dos filhos em homenagem a ele. Desde pequena, sempre vi ele fazendo tanto, que isso só pode ser amor mesmo pela profissão. Ainda me lembro que um dia fui ao Chico Xavier para saber do meu irmão que havia falecido. Mas eu não sei porque, ele começou a me dizer sobre o meu pai e tudo que ouvi era que ele servia à Medicina como um sacerdote. Isso me emocionou muito", lembra Titi.

Para Astúrio, largar a profissão é deixar de lado uma vida. "Eu faço muita coisa e atendo muita gente, não posso deixar ninguém de lado. Vou trabalhar o quanto eu puder e até quando aguentar", reforça.

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